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Enviada em: 24/09/2017

Saúde debilitada, dificuldade de locomoção, necessidade de acompanhamento. Essas são algumas limitações apresentadas pela terceira idade que fazem com que essa parcela social necessite de uma maior atenção por parte do Estado. Sob essa ótica, infelizmente, não se pode dizer que o Brasil dê essa devida atenção, uma vez que apesar da existência de leis que garantam os direitos dos idosos, muitas vezes estas não são cumpridas, fazendo com que essa camada populacional viva às margens da sociedade. Essa constatação exige uma reflexão sobre os principais aspectos que causam esse verdadeiro descaso social com a faixa etária que mais cresce no país.       Primeiramente, deve-se observar o fenômeno da terceira idade como algo recente no país, uma vez que na década de 60 a expectativa de vida não passava dos 50 anos. Atualmente, graças aos avanços na qualidade de vida, houve uma inversão na pirâmide etária brasileira, elevando a expectativa para 70 anos. Observando essas recentes mudanças na população brasileira, houve a criação do Estatuto do idoso, contendo diversas leis que deveriam garantir os direitos dessa parcela social. Porém, sabe-se que na prática essas leis não são cumpridas, colocando os idosos em uma constante situação de aviltamento social. Nesse contexto, torna-se necessário ressaltar a inoperância do Estado, uma vez que este seria o responsável por garantir a execução das leis no país.       O sociólogo Polonês Zygmunt Bauman explica, em sua “modernidade líquida”, a perda da sensibilidade pela dor do outro na sociedade pós-moderna. Sob essa perspectiva, pode-se observar que, devido a ineficácia do Estado em garantir direitos básicos para a população, como o direito à saúde, resta à terceira idade procurar planos privados para viverem dignamente, porém encontram uma barreira: os altos preços dos tratamentos. As grandes empresas, visando apenas os lucros, colocam preços exorbitantes em seus tratamentos, não se importando com inúmeros idosos que não possuem condições financeiras para pagá-los, diminuindo consideravelmente o número de vidas que poderiam ser salvas.        Portanto, fica claro que a questão dos direitos do idoso no Brasil é uma situação gravíssima, necessitando uma intervenção. Por isso, cabe ao Governo Federal, através de maiores fiscalizações, garantir os direitos previstos no Estatuto do idoso, visando proporcionar uma vida mais digna para a terceira idade. Além disso, compete ao Ministério da Saúde, por meio de parcerias público-privadas, garantir tratamentos a preços populares, para que qualquer idoso, independente da renda, possa desfrutar de sua saúde plena. Nesse contexto torna-se válida a assertiva de Platão: “O importante não é viver, mas viver bem”.