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Enviada em: 13/10/2017

É fato que a inversão da pirâmide etária brasileira está caminhando a passos largos ano após ano. No entanto, essa inversão já havia sido prevista há muito tempo e tem sido acompanhada de perto pelos analistas de políticas públicas, especialmente, no que se refere à questão da população idosa. O que causa estranheza nisso tudo é o fato de, conforme um levantamento de 2015 da Polícia Civil do Pará, também ser notado o aumento do desrespeito aos direitos mais básicos dos idosos, mesmo após a aprovação do estatuto do idoso. Tratar a questão hoje é resolver um enorme problema que amanhã pode não ter mais solução.          Em primeiro lugar, é preciso frizar que o aumento dos crimes contra idosos está diretamente relacionado ao crescimento da população idosa no país. Não é por menos, apenas em 2012, conforme notícia do site globo.com, a população idosa cresceu 0,4%. São mais de 26 milhões de idosos, e a tendência é de aumento para os próximos anos. Com isso, o número de crimes, especialmente, os relacionados a maus tratos e ameaças à população idosa também têm crescido. Muito disso se deve à vulnerabilidade física e emocional que, em virtude da idade, essa população está submetida.          Além disso, por mais que o estatuto do idoso tenha trazido diversas garantias e proteções à terceira idade, o que se observa é que familiares e responsáveis legais de muitos idosos têm se aproveitado desses direitos para benefício próprio, como: uso de vagas de estacionamento exclusivas, empréstimos consignados com desconto na aposentadoria e aquisições de ingressos mais baratos para eventos culturais. Além disso, muitos idosos acabam não tendo acesso direto à aposentadoria, submetendo-se, assim, à eterna dependência dos responsáveis. O combate a esse tipo de situação passa, necessariamente, pela conscientização da população.          Nota-se, portanto, que é necessária uma intervenção efetiva para garantir que os direitos dos idosos sejam respeitados. A mídia deve exercer seu papel social e divulgar campanhas e ações que evidenciem os direitos dos idosos, além de informar as consequências e penalidades imputadas àqueles que usufruírem ilegalmente dos benefícios exclusivos dessa população. Além disso, escolas, igrejas e centros religiosos podem, por meio de encontros com a comunidade local, ministrar palestras, promover eventos e estimular debates para ensinar como as famílias devem tratar seus idosos em casa. Talvez, assim, a sociedade brasileira possa um dia acordar e perceber que cuidar dos idosos é definir como os adultos de hoje querem ser cuidados amanhã.