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Enviada em: 21/08/2019

Na antiguidade grega, executar trabalhos braçais era concebido como algo animalesco e essa percepção perdura no ideário de muitos indivíduos ainda hoje, os quais fomentam a desvalorização social dos empregados domésticos. Tais trabalhadores, compõem uma parcela populacional de baixa renda, já negligenciada em âmbitos diversos, têm seu trabalho invisibilizado e penam com a falta de empatia. Aspectos que desencadeia preconceito, poucos direitos e salários baixos e precisam ser superados para a construção de uma sociedade mais democrática e justa.     Precipuamente, é válido salientar que o direito à igualdade descrito na Constituição brasileira, mostra-se diversas vezes como meramente teórico, trabalhadores domésticos ao longo do transcorrer da história obtiveram tratamentos desiguais quando comparados a outros profissionais e a desvalorização das tarefas realizadas por indivíduos de classes sociais baixas não pode permanecer inerte ao tempo. Contratantes já condicionados culturalmente a não usarem de empatia com seus empregados, costumeiramente percebem as funções por eles realizadas como algo simples ou que sempre esteve de tal forma. Após dias em rotinas agitadas, as roupas limpas, grama cortada e até filhos alimentados e com todas as necessidades atendidas passam despercebidos, conjuntura explicitada  com a relutância de muitos com regularização dos empregos domésticos.      Em segunda análise, outros fatores podem ser observados. No clássico infantil: "Branca de Neve e os sete anões", a personagem principal ao se deparar com a residência dos anões, não hexita em realizar a organização e limpeza do local. Isso passa despercebido, afinal moravam apenas homens ali e mulheres desempenhando funções domésticas são ações corriqueiras. Crianças, desde a primeira infância, não só, veem obras cinematográficas como a supracitada, como crescem com suas mães e avós, limpando e cozinhando como condições inerentes a elas e não algo a ser  remunerado. Construções culturais, que podem fundamentar os empregos domésticos sendo a única opção e não a primeira escolha de muitos e estarem vinculados  a restrição de direitos e salários desproporcionais.     Legitimado pelos impasses gerados pela desvalorização dos empregados domésticos, a Receita Federal deve investir uma maior parcela de impostos em cursos profissionalizantes de diversas áreas, destinados a cidadãos de baixa renda, para que tenham os empregos domésticos como uma escolha e não unica opção. Outrossim, a PEC dos domésticos, deve ser fiscalizada pelo governo com a garantia de estar sendo  posta em prática e também revisada de modo a propiciar a eles melhores salários. Ações hábeis a sedimentante tornar claro o mérito dessas profissões a população e contornar tradições errôneas, afinal não corrigir os erros, faz deles novos equívocos.