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Enviada em: 23/10/2018

Lima Barreto, em sua obra "Triste fim de Policarpo Quaresma", retrata a história de Policarpo, um funcionário público que acreditava que o Brasil, caso superasse alguns obstáculos, projetar-se-ia ao patamar de nação desenvolvida. Nesse contexto, atualmente, nota-se a existência de imbróglios na sociedade brasileira que vão de encontro ao assegurado pela Constituição Federal. Assim, a desigualdade de gênero e a situação de extrema pobreza enfrentada por algumas pessoas, configuram-se como obstáculos a serem superados no país.    A princípio, as condições de subalternidade enfrentadas por mulheres frequentemente, demonstram que características históricas de patriarcalismo ainda se fazem presentes no Brasil. Nessa perspectiva, embora nas últimas décadas o sexo feminino tenha conquistado papéis fundamentais no mercado de trabalho, aumento na expectativa de vida e maior participação no cenário político,-sendo Dilma Rouseff a primeira mulher a presidir o Brasil-, as desigualdades de gênero, no entanto, não foram reduzidas. Ainda que o nível de escolaridade da mulher seja maior ou igual ao do homem, essa condição não assegura oportunidades de empregos melhores ou salários maiores. Prova disso, dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD), em 2014, mostraram que essas recebem cerca de 25% a menos que os homens. Assim, nota-se que a herança de valorização da figura masculina inviabiliza a equidade de gêneros.    Outrossim, sob a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade possuem a mesma importância, além dos mesmos direitos e deveres. No entanto, o pensamento do filósofo não pode ser observado no que tange às pessoas em situação de extrema pobreza no país. Tal panorama é justificado pela falha do Estado em promover o acesso igualitário nas regiões, a serviços básicos de saúde, moradia e alimentação. Nesse ínterim, em consequência desse fator, a população mais pobre, muitas vezes, recorre a mecanismos ilegais como forma de garantir sustento aos familiares, contribuindo, dessa forma, para o aumento dos índices de furtos no país. A Constituição Federal assegura aos cidadãos o direito à qualidade de vida, contudo, observa-se o descumprimento dos deveres constitucionais do Estado.     Logo, é necessário que o Poder Legislativo atue no processo de mitigação da desigualdade de gênero por meio da criação de uma lei que obrigue empresas a fornecerem o mesmo salário para homens e mulheres que ocuparem o mesmo cargo. Por fim, a erradicação da pobreza é um processo lento, contudo, a fim de reverter esse cenário, o Estado deve viabilizar a implementação de postos de saúde equipados, mantendo regularmente o fornecimento de materiais.