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Enviada em: 03/05/2018

Coexistência culturalista       Tido como um estilo musical restrito aos grupos sociais compostos essencialmente por negros até meados do século XX nos EUA, o Jazz faz parte do histórico e vasto grupo de elementos que constantemente são referidos como culturalmente apropriados. A partir desse exemplo, surge a seguinte indagação: o que faz de uma cultura ser ou não apropriada?       Contemporaneamente muito se tem discutido acerca da apropriação cultural, o fato é que, maior ainda é o equívoco cometido na abordagem desse tema com relação ao intercâmbio de culturas. Tal equívoco se dá pelo fato do conceito da apropriação se basear na tomada de aspectos culturais por parte de um grupo culturalmente hegemônico perante um minoritário. O intercâmbio cultural, por sua vez, se fundamenta na prática deferenciativa perante o aprofundamento do conhecimento dos valores de outrem.       No cenário nacional o que majoritariamente ocorre é a ausência de conhecimento aprofundado para com outras culturas, sendo que, quando essas são adotadas por determinado percentual demográfico, efetiva-se uma série de preconceitos que ocasionam a sobreposição de um grupo hegemônico mediante um minoritário. Os grupos historicamente minoritários, por sua vez, quando identificam constantes capturas de seus valores por parte de grupos predominantes, atuam de maneira defensiva, de forma que atribuem a apropriação de seu patrimônio cultural por parte desses grupos preponderantemente sobrepostos no cenário social.       Diante dos argumentos supracitados, é urgentemente necessária a implantação de aulas voltadas para a instrução a respeito da diversidade cultural existente no país. Essa via de resolução é válida para ser adotada em todas instituições de ensino de todas as nações do globo terrestre, cabendo ao ministério da educação e cultura de cada país formular o conjunto de leis docentes mediante suas necessidades socioculturais. Somado a isso, é conveniente o estímulo, mormente por meios midiáticos, do Estado, em sua posição de mediador das relações sociais, à coexistência cultural dentro da nação. Dessa maneira, efetivar-se-á a dependência existencial há tanto renegada entre os diferentes grupos culturais.