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Enviada em: 22/05/2018

Ao falarmos sobre apropriação cultural, não podemos nos esquecer das relações de dominação vividas pelos negros. Falamos pois, de um passado em que uma cultura hegemônica se impunha à outras em condições de subordinação. Foi o que ocorreu nos tempos de escravidão e vale lembrar que o Brasil, mesmo após consagrar-se como um império independente e promissor em 1822, foi um dos últimos a abolir o sistema escravocrata, somente em 1889 e, mesmo assim, deixa para trás dúvidas quanto à benevolência do ato uma vez que não ofereceu nenhum suporte ao grupo posteriormente e eles continuaram, como continuam até hoje, 128 anos depois, marginalizados.Para entrar no mercado de trabalho, o negro encontra impedimentos já nos processos seletivos: o critério “boa aparência” é analisado de acordo com subjetividades. Subjetividades essas que se traduzem por “que não seja negro, de preferência” ou “se for negro: que tenha traços finos, cabelo não tão crespo e pele não tão escura”. Segundo o instituto Ethos, engajado na mobilização social de empresas, brancos ocupam cargos mais bem remunerados e relevantes que os negros. ‘‘O racismo é um problema que só vai melhorar quando pessoas negras forem chefes. A empresa não vai contratar alguém diferente do perfil do resto e sim alguém com a mesma história. Ter uma estética atípica, uma origem distinta, dificulta muito na hora de se apresentar porque a população negra não tem “o QI”.