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Enviada em: 10/08/2018

A miscigenação é uma característica inerente à formação do povo brasileiro. Isto porque, durante a colonização do Brasil no século XVI, três personagens principais se fundiram, travando lutas e compartilhando costumes: o branco europeu, o negro escravo e o índio. Já no século XXI, são evidentes os traços culturais deixados por cada um deles, porém, alguns símbolos perderam seu sentido original, ou foram banalizados por conta de sua apropriação indevida por pessoas que desconhecem seu verdadeiro significado. Turbantes, quipás, lenços, maquiagens e colares não são apenas objetos de uso cotidiano, mas símbolos de diferentes grupos étnicos. E como símbolo, carrega valores a respeito da tradição de cada etnia. No momento em que o símbolo pertence a qualquer pessoa, este perde a sua função identitária. De acordo com o filósofo Pondé, é fundamental preservar a essência que compõe os variados objetos de veneração para ela não se dissolver no senso comum. Nesse sentido, é evidente a importância histórica do diversificado e rico patrimônio cultural brasileiro. Religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda vêm ganhando mais espaço no campo social devido à quebra de tabus em relação ao tema. Entretanto, um dos fatores pelos quais os estereótipos ainda não foram totalmente quebrados é que a mídia televisiva muitas vezes propaga informação de baixa qualidade à população, generalizando ou simplificando assuntos complexos ligados ao contingente cultural do país. Tal fato é um entrave ao desenvolvimento da mentalidade social perante o outro, tornando difícil o exercício da alteridade. Portanto, a fim de se obter uma população mais consciente das próprias raízes, urgem intervenções do Estado. À figura da Escola cabe promover debates e palestras sobre o respeito e a tolerância no que se refere às diferenças culturais. Ademais, cabe ao governo incentivar eventos públicos,  sobretudo nas cidades com grande densidade urbana, onde se apresentariam representantes dos grupos étnicos para expor os usos específicos de seus apetrechos. Somente assim o brasileiro poderá gozar da liberdade de expressão e ao mesmo tempo valorizar a tradição do grupo ao qual está inserido, sem utilizar um turbante ou um lenço equivocadamente.