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Enviada em: 24/05/2018

Entende-se por apropriação cultural a adoção de alguns elementos específicos de uma cultura por um grupo cultural diferente. Aparentemente, a apropriação cultural é uma coisa inofensiva, sem nenhuma intenção negativa por trás. Entretanto, a apropriação cultural em uma sociedade capitalista, no qual ninguém tem o devido conhecimento sobre as culturas alheias, acaba se tornando um assunto polêmico, adquirindo um caráter negativo.        Em 2017, viralizou no Facebook, rede social muito famosa, o caso de uma jovem branca que, ao usar um turbante em um metrô, foi parada por uma moça, negra, dizendo-lhe que era errado a mesma utilizar um turbante, pois era considerado uma apropriação cultural. O problema em si, não está no fato da jovem utilizar o turbante, e sim, no fato da mesma não saber a carga histórica e protestante. Desde o período colonial, o turbante é visto como “macumba” e os adeptos ao mesmo o utilizam como um símbolo de resistência e orgulho de seus ancestrais.        O fato de muitos não saber a carga histórica que um turbante carrega e acabar tornando-se algo estético, “bonito”, faz com que muitas pessoas passem a usá-lo, ajudando ainda mais o sistema econômico em que vivemos. O capitalismo, sistema econômico que preza, majoritariamente, o lucro, aproveita situações de “modinha” para ganhar lucro por trás do mesmo, banalizando todo o valor histórico e cultural que ele carrega.       Quando um turbante, ou qualquer outro elemento de cultura africana, é usado por um não negro, não há problemas, pois todos nós somos livres para fazermos e vestirmos o que quisermos. No entanto, os mesmos devem se conscientizar que, a cultura africana, sempre foi reprimida por grande parte da sociedade e a partir do momento em que a mesma, quando usada por um não negro, passa a ser um elemento exótico e estereotipado, perde todo o valor histórico, cultural e protestante, já que quando utilizado por um negro, não é simplesmente um objeto de beleza, mas sim, um objeto de orgulho de uma raça que, historicamente, sempre foi oprimida e dominada.