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Enviada em: 04/06/2018

Basicamente, a Apropriação Cultural é uma maneira de descrever quando uma pessoa de uma cultura hegemônica adota aspectos de uma cultura que não é a sua e os usa sem referência ou relação com aquela cultura “emprestada”. Contudo, a definição de Apropriação Cultural vai muito além de simplesmente adotar aspectos de outra cultura.                                          Questões relacionadas com o racismo são de difícil abordagem em um país como o Brasil, que nega ser racista apesar de ter sido erguido sobre o genocídio, escravização e violenta subordinação de povos negros africanos durante 358 anos. Empresas também incorrem na apropriação cultural. Foi o caso da Disney, que retirou em setembro de 2016 uma fantasia do filme "Moana". A peça imitava um personagem do filme que faz referência a uma divindade dos polinésios, e seu uso como brincadeira foi considerado ofensivo.          Turbante, dreadlocks, cocar, desenhos tradicionais. Símbolos culturais e estéticos que, se por um lado ajudam a compor o imaginário de nação miscigenada, também carregam seu valor simbólico de resistência dentro da comunidade na qual estão inseridos. A educadora e pesquisadora de dinâmicas raciais Suzane Jardim afirma que, toda vez que emerge, essa discussão é erroneamente deslocada para o âmbito do “purismo cultural”, na qual apenas os responsáveis pela criação de um determinado elemento teriam autorização de utilizá-lo.         A utilização de um povo por outro de seus elementos culturais causa bastante conflito. A expansão cultural continuará, sendo boa ou não. O problema é que a cultura nunca foi nem nunca será algo estático. Isso é acadêmico. É natural e inevitável que as culturas se misturem, sejam adaptadas e se transformem.