Enviada em: 04/07/2018

No século XIX, foi instituída uma lei que restringia a expressão cultural de elementos africanos como a capoeira, considerada uma das principais representantes do movimento de resistência negro. Apesar de terem sua prática legalizada, diversas culturas,como a afro-brasileira, ainda sofrem na atualidade o processo de apropriação cultural.Logo, é necessário discutir: até que ponto é aceitável a assimilação da cultura alheia?   Em primeira análise, é fundamental pontuar que a apropriação cultural refere-se a transformação dos traços identitários de uma etnia antes marginalizada em produto da indústria do consumo. Essa ressignificação realizada,sobretudo, pelo mundo da moda ,quase sempre, desvincula o elemento apropriado de seu passado histórico.Um exemplo disso, foi a polêmica em torno da uma fantasia do filme Moana, que transformou a figura de um deus polinésio ,Maui, num elemento lúdico, evidenciando a despreocupação da industria e principalmente da cultura "dominante" com a ancestralidade de outros povos.   Ademais, grande parte da polêmica causada por esse tipo de assimilação ocorreu devido à utilização de um turbante por uma jovem branca. Apesar do enfoque midiático em torno do caso, esse evento torna-se secundário, haja vista que o real objetivo de combater a apropriação cultura não é transformar a sociedade no romance de George Orwell, 1984, no qual todos são vigiados e sim mostrar que essa falsa valorização da cultura de minorias torna invisível muitos dos problemas latentes como o racismo, a falta de acesso às universidades e o envolvimento dessa parcela marginalizada no mundo das drogas.   Infere-se,portanto, que  a assimilação cultural é aceitável a medida que remete ao processo de luta histórica do povo e valoriza seus indivíduos.Portanto, é dever do Ministério da Cultura em parceria público privada promoverem eventos que valorizem as diversas manifestações culturais sejam através da música, culinária ou o folclore, para que os grupos étnicos sejam cada vez mais valorizados.