Enviada em: 11/07/2018

A sociologia, ciência nascida no século XIX, é a área das ciências humanas que estuda o comportamento humano em função do meio e de suas mudanças, contextualizando variados temas. Dentre essas temáticas, aborda a cultura, definindo-a como conjunto de valores, hábitos e comportamentos de uma sociedade. Hodiernamente, uma discussão acerca de apropriar-se de costumes culturais diversos tem ganhado adeptos. Sob esse viés, torna-se válido discutir até que ponto ocorre apropriação cultural em uma sociedade tão híbrida como a brasileira.    Primordialmente, cabe ressaltar a variedade cultural que constitui o corpo social brasileiro. Com o advento da colonização, indígenas e africanos passaram por uma aculturação forçada por parte dos portugueses. Resquícios culturais restantes misturaram-se com a cultura de diversos outros povos, formando um comportamento brasileiro miscigenado. Segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 45% da população brasileira se identifica como parda, o que dificulta a adesão de comportamentos e valores de uma única cultura.   Contrariamente, existem elementos e tradições de um povo que, ao serem utilizados aleatoriamente, ofendem diretamente seus costumes. Para o sociólogo Anthony Giddens, os indivíduos são influenciados pelas estruturas em seu cotidiano. É o que acontece com a indústria cultural que propaga costumes sem uma abordagem aprofundada. Um dos grandes exemplos é o uso do turbante: para os islâmicos está relacionado com a religião, contudo é usado por inúmeros artistas como componente do vestuário, conferindo uma certa aculturação do mesmo.    Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para reverter essa problemática. O Ministério da Cultura, deste modo, deve unir-se-as escolas na criação de um calendário que aborde as diversas culturas que compõem a sociedade brasileira, explanando seus costumes e crenças em debates e apresentações. Espera-se com isso, valorizar todos os costumes e evitar apropriações indevidas.