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Enviada em: 30/08/2018

A partir de uma perspectiva histórica, compreende-se a cultura como um elemento de representação social presente nos mais distintos povos, cujos símbolos e conceitos marcam a construção de uma identidade comum ressaltando assim sua importância. Nesse contexto, a apropriação cultural é uma questão preocupante que atinge a estruturação de uma sociedade, uma vez que nutre a segregação social e ataca a identidade de outro.    Mormente, é necessário apontar a imposição de uma cultura padrão, de modo a ser essa superior as outras, como pressuposto da dominação. No entanto, ocasionalmente a cultura subjugada sobrevive entre as classes reprimidas e se populariza. Por consequência as classes opressoras se aproximam das danças, músicas, crenças e costumes até então restritas. E é exatamente nesse ponto que o problema da apropriação se instaura. Afim de consumir a cultura, essa camada social insere a indústria cultural, como elemento que subtrai o significado dos símbolos e conceitos desses povos, para assim lucrar e ainda marginalizar aqueles que supostamente seriam inferiores. A partir disso, o problema da apropriação sustenta a discriminação e a repressão que continuam e agravam-se reiterando a seguinte citação do sociólogo Karl Marx” as ideias dominantes de uma época nunca passaram das ideias de uma classe dominante”.       Por conseguinte, a apropriação cultural banaliza a cultura de um povo, resumindo-a em um objeto de consumo, problematizando a situação. Nessa conjuntura, a seguinte citação de Octavio Ianni - sociólogo brasileiro- “a informação tornou-se mercadoria - e nenhuma mercadoria é inocente’’ expõe a matriz dessa questão, visto que no caso da cultura a falta de informação atrelada ao seu consumo, mata a identidade e a história de um povo. Além disso abafa o significado dos símbolos de uma luta em busca da igualdade. Para exemplificar esse ponto, o cabelo trançado é uma marca da luta pelo orgulho negro, contudo, nos últimos anos se popularizou entre todas as etnias, resumindo-se somente a um bem de consumo. Em suma, a apropriação cultural é só mais uma ferramenta para a manutenção de uma supremacia cultural, branca e ocidental.