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Enviada em: 30/07/2018

É notório que, a problemática acerca da apropriação cultural, no Brasil, diverge de opiniões, dado que, embora o uso de símbolos e objetos que já foram tidos como inadequados na sociedade possa abrir portas para o seu reconhecimento, cria-se espaço para a banalização de seus significados reais. Dentre tantos fatores relevantes temos: A necessidade capitalista de monetizar tudo e a falta de conhecimento popular sobre a cultura africana como suas principais causas.   É indubitável que, a política econômica capitalista tenha como pilar o lucro como principal instrumento de sustentação da ordem social, sem maiores preocupações sobre a identificação pessoal do objeto a ser explorado. Tal fato foi comprovado na apropriação da cultura hippie décadas após sua perseguição inconstitucional e, atualmente, com a de matrizes africanas. Desse modo, percebe-se que a necessidade do mercado em se reinventar, transforma objetos que representaram a resistência de culturas, muitas vezes contrárias e ele, em simples suvenires inanimados.   Outro ponto relevante, nessa temática, é o desconhecimento social acerca da cultura africana no país. Pois, apesar de sua importância para a formação da identidade nacional, seus símbolos e rituais continuam incompreensíveis para a maioria da população. Através desse ponto de vista, perceber-se que a apropriação cultural pode ser apenas um disfarce para a manutenção do preconceito já existente no país, "embranquecendo" objetos e símbolos de matrizes africanas, para que possam ser difundidos na sociedade sem seus reais significados.  Evidencia-se, portanto, significativas dificuldades para a difusão de objetos culturais, já inferiorizados pela sociedade, sem que os mesmos percam sua essência. Afim de garantir a integridade dos mesmos, secretarias municipais e estaduais de arte e cultura, devem promover eventos de valorização das matrizes africanas, por meio de palestras ministradas por historiadores e sociólogos que tenham experiência comprovada nesse cenário especifico de inclusão e de celebrações em feriados como: O dia da consciência negra, para todo o município. Aumentam assim as chances de a apropriação cultural irreprimível não banalizar os significados dos símbolos de vitória  da cultura africana.