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Enviada em: 14/08/2018

Desde a chegada dos escravos no Brasil, suas manifestações religiosas eram proibidas pelos colonizadores e grande parte desses escravos eram adeptos do candomblé, e um dos adereços dos candomblecistas é o turbante. Tal artefato, foi chamado por muito tempo de ''coisa de macumbeiro'', mas podemos perceber que nos dias atuais já não carrega esse nome pejorativo, pois a indústria cultural o transformou em mais uma tendência de moda. E não há como negar que diversas pessoas utilizam roupas e acessórios, - muitas vezes devido ao status social-, sem saber seus significados e origens, tal ato é chamado de apropriação cultural, que é adoção de hábitos, objetos e comportamentos de determinada cultura por pessoas de uma cultura distinta. Essa ação tem gerado questionamentos como: porque quando uma negra usa um turbante é considerado como algo de favelado e ao ser usado por um branco ou digital influencer.   Primeiramente, é importante ressaltar que o desenvolvimento dos meios de comunicação entre o século XIX e XX, foram cruciais para o crescimento da indústria cultural. Uma vez que os veículos midiáticos exercem grande poder de influÊncia sobre a vida das pessoas. De acordo com o sociólogo André Sartori, o homo sapiens se transformou em homo videns, ou seja, a mídia transmite seus conteúdos para a população, e a mesma não se questiona acerca do que já está sendo transmitido. Além disso, não há como negar que a indústria cultural ganha com isso, visto que através dos veículos midiáticos temos a presença do status social, que ter aquilo representa poder perante a sociedade, gerando também a ausência do questionamento e senso crítico da população como um todo. Ademais, é de extrema importância destacar que vivemos numa sociedade totalmente estereotipada e preconceituosa, e isso é perceptível no nosso cotidiano. Tudo o que é diferente causa um certo estranhamento na sociedade, e isso não somente em relação as escolhas pessoais, e sim ao seu modo de se vestir e outros. Isso pode ser percebido atualmente, quando uma mulher negra um adereço é taxada como favelada, já ao ser utilizado por uma mulher branca é um acessório de moda, além de ser um grande preconceito, isso leva a perda de identidade do artefato pertencente aquela cultura.  Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. A mídia deve fazer campanhas educativas para a conscientização sobre o uso de adereços de outras culturas, de modo que mostre a população que podemos usar diversos acessórios, desde que se saiba a história, fundamentos e significados daquele objeto, de maneira que o caráter identitário não se perca. Além disso, o Ministério da Educação deve instituir nas escolas palestras ministradas por sociólogos , que conversem com os alunos sobre a importância de ter um senso crítico e curiosidade sobre as informações que nos é transmitida, de modo que a geração vindoura esteja ciente dos objeticos da indústria cultural e evite essa padronagem social.