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Enviada em: 10/03/2018

É indubitável que a apropriação cultural, utilização de alguns elementos específicos de uma determinada cultura por um grupo instrutivo diferente, é constante alvo de opressões, debates, intolerâncias e configurações inferiorizantes no Brasil. Desde a chegada dos portugueses à América durante o Brasil Colônia, quando os povos indígenas foram importunados e de certa forma desapropriados de suas crenças e costumes, porém, os hábitos não foram totalmente extintos, uma vez que os portugueses se apropriaram de alguns, como a prática de tomar banho todos os dias, a partir de então o impasse persiste, porém, hodiernamente, a cultura afrodescendente, na qual já foi muito desrespeitada no período escravocrata, é frequente ponto de dominação pelos brancos. Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas coloniais brasileiras dificultam a resolução da questão.   Crê-se que tais atos discriminatórios, atualmente, em relação ao apoderamento cultural provenham, além da insipiência histórica portuguesa e dos brancos com os costumes dos escravos, de fatores educacionais, visto que o corpo social está difundido no que se refere ao respeito e consideração pelo outrem. Ademais, importunar um indivíduo por utilizar algum objeto que não pertence a sua cultura é notório na sociedade atual, já que geralmente são considerados mais atraentes certos hábitos culturais afrodescendentes e indígenas em brancos do que em negros e nativos e devido a essas atitudes provenientes do âmbito social é que surgem certos conflitos entre as partes.    A Biologia nos mostra com Darwin que nem sempre é o mais forte quem sobrevive, mas aquele que melhor se adapta a novas situações. Nesse sentindo, é possível afirmar que a apropriação cultural é uma questão de adaptação de todas as partes sociais culturais e principalmente de respeito, posto que o Brasil é um país miscigenado e está sempre interagindo com novas circunstâncias inclusive com tradições.   Convém, desse modo, ao Ministério da Cultura promover, com uma parcela dos tributos públicos fornecido pelo Governo, campanhas com palestras culturais apresentadas por coordenadores de diversas etnias nas instituições de ensino e praças coletivas  para que, assim, os alunos possam estar cientes e mais informados sobre a história de tais grupos e quais são os significados dos objetos  caso venha ser apropriados por esses. Além disso, os agrupamentos culturalistas devem estabelecer mais respeito e consideração entre si e no que se concerne à aculturação de certos indivíduos e, consequentemente, ao invés de criar rivalidades formar vínculos para que, desse modo, esses possam propiciar à sociedade diversas atividades em ambientes populares de diferentes costumes culturais. Afinal, um país que já foi fortemente vítima de apropriação cultural, inclusive aborígene, é digno de paz.