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Enviada em: 04/12/2017

Em pleno século XXI, vimos que a frase do grande filósofo Nicolau Maquiavel "os fins justificam os meios" ainda tem grande peso ao analisarmos o número crescente de empresas utilizando-se da apropriação cultural para obtenção de lucro, bem como a falta de leis que definam o limite dessas jogadas de marketing propagandístico.        Em primeira abordagem, devemos sinalizar que o assunto tem sido muito interpelado nos últimos dias por conta de uma propaganda da marca Personal, em que utilizava a frase "Black is Beautiful" como viés mercadológico, se apropriando assim de um slogan da luta negra, banalizando-o para seus próprios interesses.            Em uma análise mais aprofundada, temos a falta de leis que regulamentem o uso da apropriação como ato criminoso, pois em muitos casos a cultura negra é tratada de forma pejorativa. Sem ser lembrada pela grande colaboração histórico-cultural que nos ofereceram, e ainda mais preocupante, esquecendo-se dos horrores que essas pessoas passaram somente para assegurar os seus traços culturais, como o candomblé e a capoeira.       Torna-se evidente portante, que a Apropriação Cultural é um desafio a ser enfrentado pelo tecido social brasileiro, exigindo soluções imediatas. À mídia, cabe a utilização de anúncios engajados visando alertar sobre o correto uso do enorme leque de culturas existentes no mundo, para que a população fique a par do que vem ocorrendo com a cultura negra. Ao poder legislativo cabe criar leis que proibam a disseminação da imagem vexatória e estereotipada do povo Afro. Afinal, não estamos mais no século XVI para recorrer aos ensinamentos de Maquiavel para obtenção de poder a qualquer custo.