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Enviada em: 09/01/2018

A apropriação cultural é o aproveitamento, com eventual ressignificação, de valores culturais de outros povos. É um fenômeno universal e antigo, pois, provavelmente desde o paleolítico os grupos humanos tendem a aproveitar o que aprendem uns com os outros. Dar sempre conotação negativa para este fato que moldou e molda todas as civilizações é um sintoma claro da esquizofrenia esquerdista e politicamente correta que assola o ocidente.       Há sim casos em que a apropriação teve a intenção de subjugar uma cultura mudando o significado da prática apropriada. Bons exemplos disso são o pinheiro da árvore de natal, os ovos de páscoa e as imagens de santos católicos, todos são apropriações culturais de práticas pagãs europeias que sofreram profundas alterações em seu significado original quando da expansão do cristianismo. Apesar disso, não se viu nenhum grupo de pagãos, sim eles ainda existem, fazendo bullying no facebook contra quem montasse uma árvore de natal. Aparentemente para os praticantes de Wicca o fato do Papai Noel, um personagem por sua vez também apropriado e moldado pela Coca-Cola a partir de uma lenda medieval, aparecer do lado de um pinheiro de natal ricamente enfeitado tem pouca relevância.        Para quem realmente pertence a uma determinada cultura, respeitados certos limites de sacralidade, é bem aceitável ver uma pessoa de fora fazendo uso de alguns seus costumes, ainda que com conotação pouco diferente. Isto é assim porque uma tradição é bem mais do que os seus símbolos materiais. Os pinheiros do solstício de verão não são a religião pagã, do mesmo modo que o Candomblé é muito mais que o turbante na cabeça das pessoas. Pergunte-se a um legítimo praticante dessas religiões e ele vai responder que as pratica não por “resistência cultural” mas sim porque seus deuses e orixás estão vivos e não dependem de símbolos materiais para existir e isto está além da guerra ideológica que quer problematizar tudo e atear fogo ao mundo.