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Enviada em: 11/02/2018

Em um país como o Brasil, construído sobre 358 anos de escravidão, falar sobre apropriação cultural envolve toda sua história. Os símbolos da cultura negra, até então marginalizados quando usados por afrodescendentes foram colocados no mercado pela indústria da moda, perdendo seu caráter de resistência e identidade na luta dos negros por respeito e reconhecimento.  Enquanto o racismo presente na sociedade não nos permite identificar a importância dos elementos da cultura africana para seus descendentes, o turbante, as tranças, entre outros são usados como acessórios de moda sem que se conheça seu significado. Sobremaneira, itens antes proibidos aos escravos para que perdessem seus costumes e identidade são utilizados hoje pela comunidade negra para afirmar e reconhecer sua etnia e as lutas do passado.    Assim, a popularização dessa simbologia perde seu real significado e aumenta o conflito entre brancos e negros. Os últimos, sentem-se desrespeitados quanto à sua história, enquanto os primeiros entendem como tolhida sua liberdade de escolha. Considerando a grande miscigenação do povo brasileiro, essa hostilidade torna-se frequente e, apoiada de um ou outro lado pela mídia e redes sociais, acentua a discriminação entre os grupos.  É de suma importância popularizar a história de construção no nosso país, e fortalecer o reconhecimento às diversas etnias fizeram parte desse processo. A educação e a informação são importantes ferramentas de construção social, assim, podemos criar campanhas vitalícias e informação acerca do nosso passado, das particularidades regionais que contenham explicações profundas sobre injustiças sofridas pela minoria, sua cultura e suas singularidades, afim de que sejam valorizadas. Essas campanhas precisam estar nos locais frequentados pela maioria, como parques, transporte público, sinalizações específicas nas ruas, jornais e revistas além de mídias sociais, a fim de que o respeito seja premissa de todos.