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Enviada em: 13/03/2018

Ultrapassando a superficialidade do entendimento           O conceito de cultura parece estar involuindo na sociedade moderna. Os indivíduos constroem uma cultura que favorece a liberdade através do respeito ao próximo, porém alicerçada em seus próprios interesses, ou seja, uma espécie de jogo egocêntrico e mercadológico onde tudo é negociável, inclusive os aspectos culturais dos grupos sociais.         A liberdade de expressão encontra-se demasiadamente norteada pelos gostos dos indivíduos. No caso da mídia, se a produção de um programa de auditório constatar que temas "afro" renderão mais pontos de audiência, então esses temas serão utilizados. É uma valorização cultural cartesiana, pois o telespectador vivenciará a referida temática apenas superficialmente, enquanto durar o programa.          O sociólogo polonês Zygmunt Bauman definiu a cultura moderna como ambígua, afirmando que é um campo de batalha e um parque de diversões ao mesmo tempo. Campo de batalha porque todos lutam para que seu grupo social ganhe seu devido espaço, e parque de diversões porque a liberdade de expressão está entrelaçada com a espetacularização cotidiana, parafraseando Guy Debord, teórico francês da década de 60.        Zygmunt ressalta ainda que a população não se interessa por conhecer a evolução conceitual de determinada cultura, mas apenas usufrui de fórmulas conceituais prontas, potencializando os meios materiais que divulgam a cultura, dirimindo os meios existenciais que possibilitariam uma compreensão empática mais arraigada.           Portanto, para ultrapassar a superficialidade do entendimento acerca dos conceitos culturais, faz-se necessário: construir conjuntamente com a população campanhas educativas, enfatizando a empatia através  de peças teatrais interativas em praças públicas, onde os indivíduos se perceberão como parte constitutiva essencial dos conceitos das mais variadas culturas e não apenas como momentâneos telespectadores.