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Enviada em: 08/05/2018

No medievo, as cruzadas tiveram importante papel para a estruturação do movimento renascentista. Essas expedições foram responsáveis pela introdução da cultura greco-romana na Europa, por meios de obras de arte e escrituras trazidas do oriente. Na atualidade, a assimilação cultural dá-se de forma menos violenta: a globalização é a nova difusora de cultura, apesar desse processo ser visto -erroneamente- como nocivo por alguns.       É indubitável que a atual lógica de mercado intensificou o intercâmbio cultural entre os povos. Isso se deve ao contínuo fluxo de informações entre as nações, que, segundo a descrição de "aldeia global" do filósofo Herbert McLuhan, é resultado da interação tecnológica no mundo. De maneira análoga, Zigmunt Bauman assevera que, no mundo globalizado, a cultura perde seu papel de proteger as diferenças entre as classes. Sendo assim, a apropriação de elementos culturais é característica da fase atual de globalização e não representa prejuízos para qualquer grupo social.       Além disso, deve-se observar que o indivíduo deve ter liberdade sobre si. Nesse aspecto, consoante o pensamento do filósofo Stuart Mill, os homens, desde que não causem mal, podem agir como quiserem. Desse modo, grupos sociais que vociferam contra a apropriação de elementos de cultura atentam contra as liberdades individuais. Essa atitude pode ser classificada naquilo que Stuart Mill chama de tirania social, que representa os julgamentos da sociedade em matérias que não a convém. Destarte, o indivíduo deve ser soberano sobre seu modo de expressão.       Percebe-se, portanto, que o atual estágio de conexão do mundo propiciou a assimilação de culturas por diferentes povos. Assim, as escolas devem realizar palestras e exposições que exemplifiquem as históricas relações culturais da sociedade brasileira, a fim de demonstrar que a multiculturalidade e assimilações de costumes são processos naturais e desejáveis. De mesmo modo, as instituições educacionais devem realizar debates sobre a importância do respeito às escolhas pessoais, a fim de despertar a empatia entre membros distintos de um mesmo grupo social.