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Enviada em: 23/02/2018

O helenismo, inaugurado por Alexandre “o grande”, foi responsável pelos maiores avanços científicos da antiguidade clássica, ao combinar a cultura e o conhecimento grego com aqueles dos diversos povos conquistados pelo rei macedônio. Todavia, hodiernamente, no mundo globalizado, a apropriação cultural tem uma conotação distinta, haja vista que tem causado uma discussão acerca dos limites da liberdade individual e da preservação da cultura de povos historicamente marginalizados.        Em primeiro lugar, vale salientar que a Constituição Federal de 1988 estipula a liberdade de expressão e o direito à cultura como garantias fundamentais do cidadão. Contudo, quando a cultura de um grupo que foi oprimido é adotada por um grupo de uma classe dominante, cabe a pergunta: até onde deve ir o limite da liberdade individual para que não haja a supressão cultural das classes oprimidas? A resposta não é evidente e, por conseguinte, fica claro que a questão é complexa. Logo, um amplo debate social precisa ser realizado sobre esse tema.        Nesse contexto, destaca-se o papel da escola. Isso porque, além da simples exposição do conteúdo, é seu dever preparar o aluno para a vida no coletivo, nas relações pessoais e profissionais. Aliás, Paulo Freire já falava em uma “cultura da paz”, evidenciando o papel da educação na exposição de injustiças, incentivando a colaboração, a convivência com o diferente, a tolerância. Assim, o pensamento do educador comprova que as instituições de ensino precisam debater o tema dentro e fora de sala, educando pais e alunos sobre a importância de se valorizar a cultura dos diferentes grupos da sociedade brasileira, como também o respeito à liberdade de expressão em uma democracia.        Em suma, a apropriação cultural é um tema complexo o qual deve ser debatido no país. Nesse sentido, a escola pode chamar pais e alunos ao debate e, por meio de palestras e reuniões em grupo, buscar construir na consciência coletiva a necessidade da preservação da cultura dos diferentes grupos que compõem a nação, com propósito de conservá-las e difundi-las. Dessa forma, o Brasil poderá caminhar em direção a uma sociedade onde as diferenças possam ser valorizadas, assim como na antiga biblioteca de Alexandria, a joia do período helenístico.