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Enviada em: 27/02/2018

A apropriação cultural, quando um grupo cultural diferente adota elementos específicos de outro grupo, traz a tona um debate entre liberdade e propriedade. Diante disso, é necessário voltar-se para essa questão com olhos diplomáticos. Portanto, o preconceito disfarçado e a ressignificação de valores impedem um intercâmbio cultural.  A priori, a indústria cultural e seu preconceito velado, inviabilizam a integração cultural. Desse modo, ao mercado utilizar símbolos de resistência na moda, ele deturpa seus conceitos, como nas festas estadunidenses com o uso do cocar aborígene, utilizado por guerreiros com grandes feitos em batalhas, ou usar modelos de realidades culturais diferentes com dreadlocks da religião rastafári, que nega o capitalismo e defende a aproximação com a natureza, ou turbantes, que vem da Ásia e revelam sua classe social ou descendência, evidenciando uma discriminação disfarçada. Dessa forma, é preciso alterar esse quadro de preconceito velado.  Ademais, a ressignificação de valores, oriunda do desconhecimento da cultura, impede uma comunhão cultural. Nesse sentido, ao se usar características de outra cultura, sem o comprometimento com sua origem, perde-se seu sentido original como o do tabaco pelos aborígenes da América do Sul, que tinha o uso ritualístico e medicinal, ou o das tatuagens “tribais” pelos autóctones da Oceania, que mostrava a posição social, refletindo a ressignificação de valores. Nesse contexto, faz-se necessário alterar esse aspecto de perda de significados.   Em suma, faz-se preciso mudar esse quadro de preconceito e de ressignificação. Assim, cabe aos grupos culturais criar ONGs para enfrentar o esvaziamento de suas culturas, pressionando o mercado politicamente com uma militância que respeite as liberdades. Outrossim, cabe ao Poder Legislativo criar leis que que tornem a educação sobre essa cultura e sua história obrigatória, cabendo ao Poder Executivo por meio das mídias conscientizar com palestras, propagandas, e campanhas sociais.