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Enviada em: 18/03/2018

Há muito tempo no Brasil vivenciamos a apropriação cultural. Os índios e sua cultura foram e são explorados nesse sentido, assim como a negra. O uso de cocares, pinturas, turbantes, adornos e afins, com o simples objetivo estético, pode ir de encontro com questões religiosas e culturais específicas de um grupo. Logo, a informação adequada sobre as múltiplas culturas se faz necessário no contexto do mundo globalizado.      Em primeiro lugar, o uso de um turbante tem significado religioso para candoblecistas, o adorno cobre um ponto de equilíbrio, pois, acredita-se que a cabeça é o eixo do mundo. Por certo, a beleza da vestimenta é inegável, pessoas o usam como acessório, função estética disseminada pela indústria da moda que ressignifica culturas, como já fez com a indígena, sem se preocupar com os aspectos culturais ou religiosos envolvidos.      Desse modo, a confecção de roupas e acessórios inspirados em um grupo étnico-religioso, sem o devido conhecimento e com traços de expropriação, não é ético. Portanto, a informação a cerca do multiculturalismo brasileiro baseado em seus preceitos, é uma forma de combate ao distorcimento do significado em torno de uma vestimenta vista como exótica e lucrativa.      Enfim, o indivíduo e a sociedade deverão conhecer minimamente o conceito de apropriação cultural e seus efeitos. Por exemplo, através de informações divulgadas por entidades culturais ligadas a religiões de matriz africana em conjunto com a mídia. De outro lado, a escola apresentando um currículo que inclua o estudo mais amplo das diversas culturas co-existentes, com o efeito diminutivo no preconceito e mau uso de símbolos específicos de um grupo. Sem dúvida também, uma indústria da moda comprometida com as questões culturais de um povo, que as divulgue com a finalidade de informação sem exploração.