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Enviada em: 21/03/2018

Apropriação cultural é a utilização pela classe dominante de rituais, estéticas, hábitos, costumes ou vestimentas que são específicos de uma minoria social, como: os negros, os índios ou as mulheres, por exemplo. A utilização indevida desses elementos tidos como símbolos de resistência cultural por essas minorias, leva a um processo de aprofundamento das desigualdades, aumentando a desvalorização dessas culturas.        Este conceito não deve ser circunscrito apenas a uma questão individual, como o que representa a utilização de um adereço da cultura africana por uma pessoa branca, pois além de empobrecer a discussão, incorre no risco de não debruçar-se sobre a questão social que se oculta; como a xenofobia, o racismo, o machismo, o etnocentrismo, entre outras formas de discriminação.         Tal dialética tem origem no modelo capitalista vigente, que transforma os objetos em bens de consumo e, nas elites dominantes que a utilizam como estratégia de manutenção do "status quo", minando primeiro qualquer possibilidade de afirmação dessas culturas, inferiorizando-as e feito isso apropriando-se de seus elementos representativos para com eles obter lucro, retirando assim qualquer simbologia.       Pelos motivos expostos, o simples uso desses elementos não garante por si só a diminuição do abismo social entre as culturas, por não realizar uma reflexão mais profunda e consciente sobre a complexa realidade social. É mister que a sociedade se encarregue de diminuir tais distâncias, advindas de séculos de opressão e abusos.        Para tanto é necessário que a sociedade civil organizada continue se mobilizando e discutindo em prol dos direitos dessas minorias, que o Ministério de Cultura valorize a pluralidade, através de projetos e programas de fomento, dando voz a essas pessoas, que as escolas discutam com seus alunos para além do senso comum e também que os núcleos familiares se esforcem para inculcar o respeito à diversidade cultural.