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Enviada em: 13/04/2018

No ápice da globalização atual, ainda se discute quem tem ou não direito de usufruir os elementos que simbolizam determinada cultura. Enquanto um lado prega o direito legal de consumir, simplesmente, o que possui estereótipo belo, do outo, há uma ideologia, muitas vezes radical, que nega esse direito com argumento da não valorização da origem histórico-social. Dessa forma, urge a problemática da relevância da apropriação cultural no Brasil.      Nesse contexto, o turbante é o assunto chave de discussões, principalmente em redes sociais, como propriedade do povo afro, defendida por parte dos negros, na qual pessoas de pele clara e cabelo liso não podem usar tal acessório, pelo fato de ser considerado banalização e desrespeito. Mas como afirma o filósofo brasileiro, Felipe Pondé, na sociedade global não existe a cultura pura, nesse aspecto, a nossa nação sendo miscigenada e além de tudo rica com diversas culturas tanto europeia quanto africana, não se pode restringir a utilização de objeto tido como exclusivo de algum grupo social, até porque o livre arbítrio é direito constitucional. Entende-se, nesse sentido, a necessidade da reafirmação da mistura.     Ademais, o que um dia foi peculiaridade de certa comunidade, hoje se popularizou. A escrita mesopotâmica é um exemplo, se não tivesse a “apropriação” da cultura, certamente, não haveria o alfabeto se aperfeiçoando com o passar do tempo; atualmente também, negros, mestiços, morenos têm a opção de ficarem loiros com descolorantes e tintas, acessíveis em drogarias, sob influência dos europeus e não são questionados sobre a origem ou a sua importância. Isso reitera o pensamento de John Locke, filósofo inglês, na qual apresenta o indivíduo ao qual nasce, basicamente, como uma folha em branco, sendo rabiscada ou melhor moldada pelas ideias e costumes que lhe são apresentadas. Em suma deve ser compreendida o desejo individual de desfrutar dos elementos de comportamento de qualquer que seja.        Fica claro, portanto, a cultura mesclada no Brasil. São necessárias medidas educativas como debates sobre a cultura em escolas e exposição, por meio de trabalho em campo, para observar os diversos costumes do nosso país e como eles estão presentes no nosso cotidiano, incentivado pelo Ministério da Educação a parir de sugestão no conteúdo programático de palestras sócio-educativas e seminários relatando a importância da mistura de povos, em conjunto com a divulgação com folhetos e anúncios nas mídias sociais. Dessa maneira, a apropriação passaria a deixar de ser vista, gradativamente, como um crime e sim como um fator positivo.