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Enviada em: 14/04/2018

O café tem origem no século V onde hoje é a região da Etiópia na África. Nos séculos posteriores, com a expansão do Islamismo, os árabes introduziram o café na Europa. Inicialmente, houve muita resistência, porém o papa acabou batizando a semente e, a partir disso, foi difundida como bebida católica. Esse fato é um exemplo de apropriação cultural cuja definição é: adotar hábitos, objetos ou comportamentos específicos de uma cultura por grupos culturais diferentes. Nessa perspectiva, é válido discutir sobre a falta de ética bem como as consequências que envolve a apropriação cultural.      Em primeiro lugar, destaca-se a carência de ética que está presente em desfrutar da idiossincrasia de outros povos sem o necessário conhecimento. Embora exista muitas pessoas que conhecem, de fato, os motivos relacionados ao uso de determinados objetos na cultura (essa atitude, inclusive, pode até reforçar o poder do símbolo), a maioria desconhece as razões. Semelhante com o que acontece com os direitos autorais de um livro em que os indivíduos, para reproduzi-lo, devem pagar ao autor. Os cidadãos que desejam transmitir os símbolos alheios a sua cultura devem "pagar" com  o conhecimento da história do objeto, do significado e, principalmente, respeitá-lo, caso contrário, comete-se uma grande falta de ética.     Em segundo lugar, manifesta-se as consequências da apropriação cultural para a cultura original a qual desenvolveu o objeto. O efeito mais importante é a banalização da peculiaridade que foi forjada com muito simbolismo para atender uma finalidade maior. Com a nociva participação de outros grupos e, muitas vezes, acrescentando atributos descaracterizam o símbolo e torna as lutas daqueles povos invisíveis. Portante, a carência de um entendimento claro e objetivo do produto adquirido de outra cultura ameaça o seu valor primordial de existir, resultando em uma apropriação nefasta.      Com a finalidade de reduzir a apropriação cultural, cabe à mídia debater sobre a questão ressaltando as consequências do ato para a comunidade criadora dos hábitos. Isso deve ser realizado em horários e com linguagem acessível ao grande público. É dever das instituições de ensino, universidades e escolas, esclarecer os jovens sobre o poder dos símbolos e comportamentos únicos para as lutas sociais. Também é dever analisar a questão ética com a apropriação indevida de símbolos. Dessa forma, será possível fortalecer a autodeterminação dos povos como também as relações interpessoais.