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Enviada em: 14/04/2018

As origens da cultura brasileira são constantemente lembradas como forma de orgulho pela sua diversidade. As influências europeias, africanas e asiáticas durante a colonização e nas ondas de imigração são tidas como razões para a cultura rica e única que se desenvolveu no Brasil. No entanto, esse processo de formação só ocorreu devido à apropriação cultural, a mescla de costumes, linguagens e religiões por diferentes povos.       Enquanto é verdade que essa mistura não ocorreu de forma pacífica em diversos períodos, como a própria escravidão, na atualidade esse não é mais um problema. O questionamento atual é se esse processo é legítimo e não mais uma forma de opressão. Como a apropriação cultural está intimamente ligada com a formação da identidade de povos durante toda a história da humanidade, parece absurdo sugerir que ele é ilegítimo e deve ser evitado.       Sempre que dois povos entram em contato íntimo, voluntariamente (imigração) ou não (invasão, por exemplo) acontece uma troca de conhecimentos e costumes que muitas vezes formam um terceiro grupo totalmente diferente. É este o caso do Brasil, que deve seu idioma, religião mais praticada, arquitetura e tantas outras características à outros povos extremamente diferentes. Assumir esse processo como ilegítimo é assumir a cultura como algo estático e que deve permanecer imutável.       Em suma, o revisionismo histórico que é tomar a apropriação cultural como errada não soluciona nenhum problema, mas apenas cria apenas a sugestão de que a cultura deveria ser inalterável. É papel do Estado a ajuda na compreensão desse conceito e quais foram suas implicações ao longo da história e a melhor maneira de fazê-lo é com o investimento em educação, principalmente em áreas ligadas com a História e Antropologia.