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Enviada em: 31/05/2018

A imposição de padrões rígidos de certo e errado e a obsessão por verdades absolutas impedem parte da sociedade de conviver com as diferenças. Essa visão maniqueísta resulta em uma pretensa superioridade capaz de aflorar conflitos e causar exclusão social, ou até mesmo, agressões, como na violência contra homossexuais. Isso ocorre devido ao precário sistema educacional, pautado na competitividade e , também, ao modo como o governo  investe na criação de mecanismos que proporcionem o cumprimento das leis e a antecipação ao crime.             A princípio, deve-se perceber que o sistema educacional no país é conteudista, mecanizado. Essa forma de ensino está voltada para a competitividade que induz o ser humano ao individualismo, deixando-o pouco preocupado com a situação alheia, principalmente em questão de gênero. Nesse sentido, surgem as práticas intolerantes que têm por objetivo a defesa de verdades absolutas e que perpassam os mais variados ambientes, um deles é o familiar. Tudo isso vai de encontro ao que afirma o filósofo Voltaire, ao dizer que a primeira lei da natureza é a tolerância, já que temos todos  uma porção de fraquezas.       Ademais, o governo economiza investimentos em mecanismos de prevenção. Embora tenha criado, em 2016, a Lei Maria da Penha, a qual deu resultado significativo, contudo, o governo não tem elaborado propostas que, juntamente com essa lei, venha  combater as causas da violência de gênero. A própria segurança pública atua de maneira isolada, não dispondo, muita vezes, de conhecimento, ou profissionais de psicologia, para agir de maneira efetiva no que diz respeito aos comportamentos a serem tomados por mulheres que vivem em conflito, por exemplo. Além disso, vítimas de agressões relacionadas ao preconceitos de gêneros não dispõem de mecanismos que facilitem as denúncias e tornem o atendimento mais rápido e eficaz.             Urge, portanto, a necessidade que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a intolerância de gênero. Cabe aos cidadães  repudiar a inferiorização dos diferentes tipos de grupos, principalmente os que vão de encontro aos dogmas religiosos passados desde a colonização brasileira, por meio de debates em mídias de massa capazes  de desconstruir a prevalência  de uma cultura patriarcal. Nessa perspectiva, o estado deve reformular a educação, tendo já no ensino infantil a introdução de valores éticos e morais, através de um ensino que parte de estudo de casos de historinhas que mudem os paradigmas que prevalecem na atual conjuntura social brasileira.