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Enviada em: 10/06/2018

A obra intitulada "A morte de Ivan Ilitch", de Liev Tolstói, discorre a respeito da falta do senso de coletividade e crítica o individualismo. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre a pluralidade de gêneros no Brasil, a partir do momento em que é corroborada a dicotomia existente entre igualdade e cidadania. Dessa forma, discorrer sobre a temática e seus impactos: eis um desafio à contemporaneidade. É necessário considerar, antes de tudo, a herança histórica e suas consequências do estigma "rosa para meninas, azul para meninos". Consolidada após a Segunda Guerra Mundial, o estereótipo de cores demonstra o funcionamento das desiguais construções culturais. Logo, rótulos como: homem sendo o "pilar da casa", a mulher como "dona do lar", e seus fortalecimentos, mesmo após os avanços do mundo globalizado, configuram-se em uma das mais variadas formas de desigualdade de gênero. Dessa forma, é notório, principalmente, na segmentação comercial, o reforço do abismo entre gêneros - segundo dados do IBGE a diferença salarial ultrapassa os 30%. Convém analisar, também, que a questão de gênero não se limita à problemática "homem x mulher". A identidade de gênero é aquela com a qual o indivíduo se identifica, caracterizando-se como uma construção social e cultural. Sendo assim, a comunidade LGBT também tem um papel de destaque ao tratar-se da diversidade existente na sociedade brasileira. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade líquida é marcada pela efemeridade e fluidez das relações pessoais. Entretanto, tal conceito ratificado na obra de Tolstói parece não se aplicar a comunidade LGBT, que mostra-se ativa na luta pela igualdade e na efetivação dos seus direitos civis. A conquista na mudança do nome social e a disponibilização de novas definições de gêneros por parte de algumas redes sociais mostra a força desses movimentos. Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para resolver esse impasse. O Ministério da Cultura juntamente com a mídia, deve investir em propagandas ou ficção engajada, a fim de reforçar o artigo 5° da Constituição Federal. Também é de suma importância, que a escola como meio socializador, com o auxílio da família, combata o sexismo pela raiz, estimulando o respeito mútuo entre os gêneros, seja por meio de conferências educativas, feiras escolares ou matérias que estudem o legado dos gêneros nos segmentos que compõem a sociedade. Só assim, haverá mudanças na liquidez de Bauman.