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Enviada em: 08/07/2018

''O importante é viver bem, não viver por muito tempo, e muitas vezes vive bem quem não vive muito.'' Segundo o filósofo romano Sêneca, a qualidade de vida tem tamanha importância de modo que ultrapassa a da própria existência. Vale discutir, que no Brasil essa não é a realidade para os indivíduos LGBT's (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trangêneros) que, diante dos desafios enfrentados para escolher o gênero a que quer pertencer, apenas vivem e não necessariamente vivem bem. Desse modo, ao invés de tentar aproximar a realidade descrita por Sêneca da vivenciada por esses indivíduos, a resistência do país em discutir questões relacionadas a identidade de gêneros e o preconceito sofrido por esses indivíduos contribuem com a situação atual.   Como herança de um passado histórico marcado pelas imposições das dagmas da igreja católica, diversidade de gêneros ainda é um tabu na sociedade brasileira. Por isso, ainda há rejeição da sociedade em debater sobre a temática em questão e acabam exultando tal situação. Assim, o cunho intolerante da sociedade brasileira sobre as diferenças identitárias, como os LGBT's, por exemplo, faz com que esses cidadãos vêem sendo excluídos socialmente. Uma vez que não há uma política pública que ampare essa parcela da população, o que distância, ainda mais, a realidade descrita por Sêneca da vivenciada por tais indivíduos no país.   Ademais, assassinatos de LGBT's crescem 30% em2017 em relação à 2016, segundo relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), que vem há 28 anos coletando estatísticas sobre assassinatos dessas pessoas com diversidade de gêneros. A situação só se agrava, onde, segundo levantamento de pesquisa, obtido pelo GLOBO, a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida, me razão do preconceito que o permeia, por não se encaixarem no padrão normativo da identidade de gênero imposta pelo corpo social. Dessa forma, torna-se realmente inviável a mudança de percurso do preconceito vivido por esses indivíduos, da permanência para a extinção.   Sendo assim, fica evidente a necessidade de uma tomada de medidas que realizem a mudança desse percurso. Parafraseando Paulo Freire ''se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda, portanto, é interessante que o Ministério da Educação (MEC) eleja carga horária sobre o tema, com o propósito de ampliar discussões sobre o assunto, com jovens e crianças, tendo em vista a diminuição do preconceito entre as gerações futuras. Outrossim, é importante que o Governo Federal institua política pública de cunho inclusivo para essas pessoas, com o intuito de amparar e assegurar entre os diversos gêneros, visando a inclusão social e a redução do preconceito. Só assim, os indivíduos com diversidade de gênero não apenas viverão, mas viverão bem.