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Enviada em: 11/08/2018

Em pleno século XXI, é comum, mesmo depois de todos os avanços tecnológicos, do boom pós-guerra e do progresso das sociedades, que mulheres sejam tolhidas de direitos por conta do privilégio dos homens. Além disso, há uma imposição da sociedade de como cada indivíduo deve se portar baseado apenas nas características biológicas, desrespeitando a diversidade de gênero. Nesse sentido, é necessário analisar aspectos que enrijecem e padronizem a sociedade contemporânea e por conseguinte tornam-se motivos de frequentes atos preconceituosos.      Em primeira instância, cabe analisar a bagagem cultual da estrutura social brasileira, ainda enraizada em uma sociedade patriarcal e machista, a qual impõe a maneira de como ser mulher e os papéis definidos que cabem ao homem. Tal fato, contribui para o pensamento alicerçado na cis-heteronorma, sistema que determina arbitrariamente o gênero pela genital, impossibilitando a análise do gênero como parte de uma construção social. Dessa forma, essa sociedade que determina o sexo somente por característica biológicas que o enquadra como masculino ou feminino, corrobora a afirmação da escritora nigeriana, Chimamanda Adichie, em que o problema de gênero consiste em descrever em histórias fictícias como os indivíduos devem ser, ao invés de reconhecer quem realmente são.     Somado a isso, a dificuldade por parte dos indivíduos conservadores em aceitar a diversidade, provoca incomodação, que sem a devida ética, educação e tolerância culmina em agressões físicas e verbais às minorias - mulheres, homossexuais, transsexuais, travestis e afins. Dados do Grupo Gay da Bahia afirma que a cada 25 horas, uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil, evidenciando o retrocesso brasileiro em educar cidadãos que aceitem o diferente. Desse modo, torna-se perceptível que mesmo com os atuais movimentos a favor da diversidade e da igualdade de gênero, a sociedade brasileira ainda enfrenta a dificuldade de contestar o determinismo social do século XIX.     Portanto, ao analisar Simone de Beauvoir, os padrões de gêneros não são biológicos, mas sociais, logo, podem ser redefinidos. Assim, é imprescindível que o Ministério da Educação, acrescente na grade escolar o ensino com maior eficácia da tolerância, moral e ética, ressaltando a importância do respeito ao diferente, por meio da inserção de palestras, teatros e profissionais especializados como psicólogos e antropólogos no cotidiano educacional, com o intuito de combater o sexismo e mostrar que não há apenas uma maneira de ser homem ou mulher, desconstruindo e redefinindo os padrões e combatendo o preconceito. Somente assim, o Brasil encaminhará para um país mais igualitário, fazendo jus ao artigo 5º da Constituição do país, com mais tolerância e apoio mútuo social.