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Enviada em: 27/09/2018

O personagem mitológico Procusto utiliza uma cama, de sua medida, para aplicar o que lhe é considerado como justiça e padronizar a altura de seus visitantes, objetivo esse alcançado com mutilação ou esticamento para que caibam em sua justa medida. Não obstante, a minoria social que luta pelo respeito à diversidade de gênero trava duras lutas contra preceitos de determinismo biológico e da influência de dogmas no "julgamento" praticado pela massa.       A priori, observa-se que ao contrário do defendido por Simone de Beauvoir quanto a formação da identidade de gênero devido as experiências do indivíduo, ainda hoje, existe uma produção histórica e cultural difusora de funções sociais, comportamentos, orientações e desejos predeterminados para homens e mulheres. Tal fato, retirou a liberdade das pessoas, visto que, grande parte dos seus defensores agridem o poder de escolha do outro, além de criar hierarquias e polarização sexual: homossexuais contra heterossexuais, machistas contra feministas. Como fruto dessa intolerância, a organização GGB alertou que a expectativa de vida desse contingente é de 36 anos e para a ONU, o Brasil mata mais LGBTs que outros países onde a homossexualidade é crime cabível a pena de morte.       Outrossim, ressalta-se que apesar de sua laicidade, a socióloga Chistina Vital trouxe a tona como as ideologias da sociedade são marcadas pelos preceitos cristãos. Logo, impasses entre conservadores e liberais seriam naturais nas decisões políticas. Entretanto, com um terço das cadeiras do Congresso, a bancada religiosa impõe tabus para a promoção de direitos à comunidade LGBT, tal como visto nos confrontos pela aprovação de leis que chegaram as vias de fato entre os deputados Jean Wyllis e Jair Bolsonaro, esse que em seus discursos acerca da questão, se tornou ícone por proliferar o ódio, preconceito, intolerância, homofobia e violência nos palanques.        Evidencia-se, portanto, a carência da causa LGBT no país. Portanto, urge a necessidade de mudanças sociais, culturais e políticas para garantir o cumprimento do "Todos são iguais perante a Lei" previsto na Constituição Federal. Com esse intuito, a indústria midiática deve ampliar a promoção de maior visibilidade à questão em novelas, publicidade, representatividade nas artes, a exemplo, o expoente musical Pablo Vittar. Além disso, cabe ao Governo, no papel do Ministério da Educação, reforçar campanhas como "Homofobia na Escola" e "Brasil sem Homofobia" nas instituições públicas: escolas, delegacias, postos de atendimento, para frear o bullyng, abuso sexual e negações de direitos básicos. Já ao Ministério da Saúde, é cabível o apoio à criação de ambulatórios de readequação de voz e grupos de debate como os já existentes na Região Norte. Soma-se à isso, a participação popular em manifestações como a Marcha Gay. Destes, o é imprescindível a criminalização da homofobia nas leis.