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Enviada em: 29/10/2018

Cultura de tolerância   Preconceito. Deboche. Olhares de reprovação. Essas são algumas das reações frente à diversidade de gênero no Brasil. Enquanto por muitos anos propagou-se a divisão a nível sexual apenas entre homem e mulher, na contemporaneidade, a autodeclaração mediante a natureza com que cada indivíduo se identifica é considerada mais justa e respeitosa. Entretanto, pelo histórico machista e patriarcal da sociedade brasileira, além de ser considerada como cristã - apesar do Estado laico - a questão de gênero adquire cunho social, exigindo, portanto, a atuação do Governo para a sua solução.   Primeiramente, costuma-se afirmar que a comunidade atual prega valores machistas e patriarcais, mantendo as raízes da história brasileira. Essa percepção se baseia na atitude dos homens em relação às mulheres, na hierarquização dentro do ambiente profissional e no preconceito contra indivíduos que não ajam de acordo com as "exigências" comportamentais do seu sexo. Assim, um grupo caracterizado como minoria tende a sofrer cada vez mais preconceitos caso essa visão se perpetue, podendo ser alterada apenas por meio da educação.    Além disso, apesar de a Constituição de 1988 definir o Estado brasileiro como laico, a doutrina cristã permanece no pensamento dos cidadãos. De acordo com essa crença, sexo é o aparelho biológico que tipifica o indivíduo como homem ou mulher, portanto, não há outra divisão de gênero além dessas anteriormente estabelecidas. Contudo, de acordo com o advogado Alfonso Ruiz Soto: "não basta ser tolerante em certo momento, do que a humanidade precisa é de uma cultura de tolerância". Tomando o pensamento como base, a única forma de alterar aquela opinião deve ser por meio da educação, afinal, apenas ela permite a conscientização permanente.   Torna-se evidente, portanto, que cada indivíduo tem o direito de se autodeclarar de acordo com o gênero com que ele mais se identifica, mas isso só será compreendido pela sociedade através da criação de uma cultura de tolerância. Assim, o Governo Federal, junto ao Ministério da Educação, deve educar a população mais jovem com pensamentos menos conservadores, a fim de aceitar aquilo que era visto como diferente até pouco tempo. Isso deve ser realizado por meio de aulas e palestras que abordem a liberdade de pensamento e de expressão, mostrando que a opinião e a aceitação a respeito de si próprio são o mais importante, além de defender o respeito em todos os casos.