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Enviada em: 03/06/2019

A obra cinematográfica ''Garota Dinamarquesa'' conta a história de uma artista considerada a pioneira transgênero, uma vez que foi a primeira mulher a realizar cirurgia de redesignação de sexo; entre seus dramas narrados, encontram-se o preconceito e a dificuldade de aceitação da sociedade. Tal filme apresenta, analogamente, um cenário de desafio social devido ao tabu criado sobre a questão de gênero e as barreiras existentes no Poder Legislativo para criar iniciativas sobre a temática. Logo fomenta-se maior empenho da sociedade e do Estado para a diminuição de tais obstáculos.        Inicialmente, vale ressaltar que o filósofo iluminista Voltaire já afirmava que o preconceito é opinião sem conhecimento. Essa máxima se enquadra na resistência perante as diferenças sociais no Brasil, uma vez que cerca de 30% dos homossexuais e bissexuais afirmam ter sofrido preconceito em ambientes de convívio social, segundo dados da Fundação Perseu Abramo. Isso porque a falta de debates sobre a questão de gênero e sua exclusão no ambiente educacional corrobora o permanecimento dessa situação, haja vista ser necessária a educação para a diversidade inerente à sociedade brasileira.         Outrossim, os estorvos presentes em bancadas legislativas dificultam a implantação de medidas nas escolas acerca da questão de gênero. Sob essa ótica, vale destacar que tais dificuldades acabam por visar ao mantimento de uma falsa sociedade homogênea e incapaz de perceber e aceitar as diferenças, permanecendo, assim, o preconceito enraizado socialmente. Desse modo, a implantação da discussão sobre essa temática nas escolas faz-se necessária, já que, como afirmou Immanuel Kant, o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.          Nesse sentido, os desafios de se discutir sobre a diversidade de gênero no Brasil estão, intrinsecamente, relacionados à problemas sociais e estatais. Urge, portanto, que famílias e escolas criem diálogos e palestras, respectivamente, com crianças e adolescentes, para que o tabu criado sobre o assunto seja visto e refletido por eles desde cedo, criando, por fim, a mentalidade de aceitação às diferenças. Além disso, o Poder Legislativo deve criar iniciativas de implantação de debates sobre a questão de gênero nas escolas, com o intuito de naturalizar a temática e tratá-la como questão de educação. Assim, o preconceito narrado em ''Garota Dinamarquesa'' tornar-se-á pretérito.