Materiais:
Enviada em: 25/04/2017

A diversidade de gênero no Brasil é pouco debatida nos espaços sociais, o que fomenta o preconceito e a estereotipização dos grupos que não se enquadram no padrão social normativo da sociedade. Nesse sentido, o empoderamento dos brasileiros é tênue, pois, muitas vezes, há a supervalorização da liberdade pessoal de pensar e de agir, em detrimento da tentativa de buscar compreender e conhecer as diferenças, respeitando-as.     Nesse contexto de desvalorização da coletividade, é evidente que as agressões físicas e verbais contra essa minoria são recorrentes no Brasil, visto que nada mais óbvio é do que associar a ignorância de uma população ao seu poder de ação inescrupuloso, o que pode ser comprovado pelos dados coletados em pesquisas: "o Brasil é o país que mais mata transsexuais no mundo". Mediante essa realidade e interpretando a teoria de Friedrich Nietzsche, que afirma que a escola é responsável por produzir nos alunos a capacidade de dar novos sentidos às coisas e aos valores, infere-se que o principal meio para o desvinciliamento da sociedade aos valores considerados tradicionais, é por meio da criação de novas ideologias que também valorizam e respeitam os demais gêneros e opções sexuais, o que é possibilitado por uma educação consciente e transformadora.    De maneira simultânea a esse processo, as instituições governamentais também pecam ao promover ações afirmativas insuficientes. Exemplo disso, é a burocracia envolvida na mudança de nome e gênero, visto que, sem uma lei que específica os procedimentos necessários para a alteração dos documentos, muitos cidadãos recorrem a justiça, em processos, geralmente, longos e que dependem da compreensão do juiz. Desse modo, a prolongação desse direito reflete em constrangimentos aos indivíduos que não se identificam com o seu sexo biológico. Ademais, a omissão estatal juntamente a atuação de instituições educacionais pouco conscientizadas, também fomentam o preconceito no mercado de trabalho, o que estimula a marginalização desses cidadãos, propensos a atuarem na prostituição e demais atividades noturnas e ilegais.     Mediante essas problemáticas, é evidente que o Congresso Nacional deve aprovar uma Lei de Cotas para transsexuais no mercado de trabalho, visto que isso acarretaria uma representatividade significativa dessas minorias sociais que, com o passar do tempo, seriam reconhecidas pela sociedade com maior naturalidade. Além disso, é imprescindível que as instituições educacionais, sobretudo escolas, comecem a discutir dentro das salas de aula sobre a diversidade de gênero e de opções sexuais, conscientizando os alunos e contribuindo para a inserção social dessa minoria.