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Enviada em: 21/07/2017

O conceito de gênero denota uma diferenciação. A lógica ocidental tradicional trata o tema como uma divisão binária, ou seja, em dois opostos: masculino e feminino. Essa questão, no entanto, vai muito além do sexo definido biologicamente e refere-se à identidade com o qual uma pessoa se identifica ou se autodetermina, podendo ser compatível com o sexo (cisgênero) ou não (transgênero).       As fortes influências exercidas pelos colonizadores e pela igreja, muito ligado ao patriarcalismo imposto no período colonial, e referente aos conceitos conservadores de gênero – homem e mulher – aliado à lenta mudança da mentalidade social tem intrínseca ligação com a atual intolerância da sociedade. Segundo dados publicados pelo Grupo Gay Brasil, mais antiga associação de defesa dos homossexuais e transexuais do país, o Brasil foi considerado um dos países mais transfóbicos do mundo. Este fato ratifica o quadro de violência que vai de encontro ao direito à vida, previsto na Constituição Federal, além de expressar um profundo desprezo à própria democracia.        Além do histórico-cultural, a falta de informação e da compreensão sobre as questões relacionadas as diversidade de gênero pela população geram um quadro de desinformação que impedem o reconhecimento dos transgêneros como sujeitos no mundo social. O preconceito, muitas vezes, começa no próprio individuo, que não compreende o descompasso entre seu sexo e sua identidade, passando pelas famílias, população e Estado que não estão preparados para lidar e aceitar as diversidades.        Convém, portanto, que, primordialmente, o Estado, gestor dos interesses coletivos, crie campanhas de conscientização à população, disponibilize delegacias especializadas no combate à violência aos transexuais além de impor leis específicas mais rígidas e punições mais severas para aqueles que não as cumprem. Outrossim, urge que a mídia, por meio de novelas e seriados, transmita e propague a diversidade de gêneros com propósito de elucidar e desmistificar receios populacionais, mitigando, assim, defeito histórico. Soma-se a isso, a importância da escola, educadora, em promover o debate em aulas de Sociologia sobre a problemática com o fito de despertar o senso crítico dos alunos. Sob tal perspectiva, poder-se-á promover uma nação que respeite às diversidades e a inclusão.