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Enviada em: 28/07/2017

Gênero: uma escolha de respeito    De acordo com Boaventura, sociólogo português, "temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza". Sob essa ótica, muito tem se discutido sobre a diversidade de gênero no Brasil devido aos crescentes casos de homofobia. Por conseguinte, vale ressaltar que fatores históricos e culturais corroboram para a perpetuação da problemática.     Ao observar o cotidiano da população brasileira, manifestam-se - frequentemente - atitudes preconceituosas como discriminação, violência moral e até física pela simples divergência quanto à orientação sexual. Apesar de ser característico da sociedade atual, o preconceito contra essa parcela da população ocorre desde a Idade Média, em que a Inquisição, instituição religiosa da época, perseguia os cidadãos homossexuais por ser uma prática contrária aos dogmas da Igreja. Nesse aspecto, percebe-se que o legado histórico deixado, reflete intensamente na cultura social hodierna, pois, como já proferido por Albert Einstein, "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado".     Alem disso, a personalidade individualista e etnocêntrica de indivíduos homofóbicos, é um fator essencial para entender as adversidades enfrentadas na busca pela liberdade de escolha sexual. O estereótipo heterossexual é criado já na infância, sendo retratado como um padrão a seguir  e considerando tudo que foge a norma, estranho, e, consequentemente, rejeitado. Sob essa perspectiva já afirmava Durkheim, sociólogo francês, que "o homem, mais do que formador da sociedade, é produto dela". Dessa forma, evidencia-se que pequenas atitudes como a distinção escolar entre "meninos" e "meninas", o ensino de dogmas religiosos contrários à diversidade de gênero e algumas outras práticas culturais, corroboram para a formação de um futuro cidadão homofóbico.      Diante dos argumentos supracitados, é de extrema necessidade a mobilização do Estado e da população para erradicar o preconceito da sociedade brasileira. Cabe, primeiramente, ao Poder Legislativo, a criação de um novo projeto de lei que aumente a punição para os infratores. Somado a isso, o Ministério da Justiça pode criar um aplicativo para denúncia de crimes específicos de homofobia. Outrossim, o Ministério da Educação deve exigir que os profissionais da área evitem a distinção por gênero em escolas, combatendo a formação de estereótipos que condenem a isonomia independente de gênero. Quem sabe assim, a igualdade citada por Boaventura seja alcançada e uma comunidade livre de preconceitos seja criada.