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Enviada em: 27/08/2017

Te pego na saída  Numa das obras mais célebres do escritor George Orwell, o protagonista Winston Smith vive um romance com Julia, mas isso precisava ser secreto, pois, aos olhos do Grande Irmão, seu relacionamento era proibido. Fora dos livros, a discriminação à diversidade de gênero é uma realidade no Brasil e precisa encontrar um caminho no sentido de ser levada em questão.  Te pego na saída. Essa é uma frase que marca a fase escolar de um LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Quando um heterossexual é violentado na escola, ele é acolhido no seu seio familiar, mas quando um LGBT é agredido, ele suporta a dor sem o apoio da família, pois a culpa recairá sobre a sua condição de LGBT, que é errada e precisa ser corrigida, aos olhos de uma cultura LGBTfóbica.  É indubitável que a questão constitucional está entre as causas desse problema. A ausência de uma lei que criminalize a transfobia faz com que se perpetue a impunidade e gere um ciclo, pois, ao tentar registrar um boletim de ocorrência por transfobia, o LGBT fica de mãos atadas, pois não é crime. Aristóteles cita que a lei é a razão livre da paixão. Um estado que fecha os olhos frente ao pluralismo humano que tem é um estado que está apegado aos seus preconceitos.  Medidas são necessárias, portanto, para resolver o impasse. Na grade escolar, o MEC deverá instituir eixos temáticos de diversidade a partir de discussões e palestras. Junto a isso, as escolas devem firmar uma parceria com as famílias a fim de que estas também façam parte dessas discussões, tornando-se, assim, mais acolhedoras. O Governo Federal deve implantar, nas delegacias, a estrutura necessária para que se possa registrar as ocorrências de transfobia, além de aprovar uma lei que a criminalize. Desse modo, as saídas da escola vão deixar de ser um sinônimo de medo.