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Enviada em: 07/09/2017

A imprescindível desconstrução da fixidez sexual no Brasil      Habitado inicialmente apenas pelos indígenas, colonizado pelos portugueses, governado durante sessenta anos pelos espanhóis, alvo de imigrações e com um passado escravocrata, o Brasil se tornou uma nação culturalmente diversificada. Contemporaneamente, embora a heterogeneidade seja uma das principais características do país, indivíduos que fogem do padrão patriarcal ainda são constantes alvos de discriminação, figurando a necessidade de intervenções que considerem aspectos históricos e políticos.       Decerto, a aversão à transgêneros possuem bases consolidadas ainda no período colonial. Desse modo, ao analisar o passado histórico do Brasil, é possível observar o patriarcalismo como sustentação das famílias do período moderno. De tal maneira, a figura feminina só obteve espaço em 1932, quando Getúlio Vargas concedeu a participação das mulheres nas eleições políticas. Nessa perspectiva, qualquer indivíduo que foge do padrão patriarcal é discriminado, visto que a identidade  de gênero e a orientação sexual foram estabelecidas de acordo com a tradição patriarcal, obedecendo ao sexo biológico como fator de distinção de gênero sexual.       Por conseguinte, a discriminação sofrida pela comunidade LGBT tem sido produto desse culto ao tradicionalismo. Segundo pesquisas realizadas, a cada 26 horas é morto um homossexual no Brasil, visto isso, a falta de um lei que legitime a homofobia como crime é determinante à persistência do problema enfrentado. Nesse sentido, ao afirmar que "Ninguém nasce mulher, torna-se mulher", a francesa Simone Beavouir foi a pioneira a desconsiderar publicamente a identidade de gênero como atributo fixo. Assim, é necessário que consideremos a escolha sexual do individuo como uma variável mutável construída aos longo dos anos.       Levando em consideração tais aspectos, torna-se imprescindível a atuação de políticas que desconstruam a fixidez sexual no Brasil. Em suma, faz-se necessária a atuação do Ministério das Comunicações no desenvolvimento de propagandas e reportagens que abordem a diversidade de gênero nos mais variados meios de comunicação, no intuito de dissolver a solidez do preconceito à comunidade LGBT. Ademais, a promulgação de um lei realizada pelo Poder Público Federal é crucial para a diminuição do numero de mortes de LGBTs no país, consequentemente,  simbolizando a busca da justiça, igualdade e liberdade do Brasil.