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Enviada em: 05/09/2017

A identidade da liberdade para ser feliz   Desde o surgimento das primeiras sociedades orgânicas, pensadores buscaram, por meio da razão e reflexão, ideias paliativas quanto à forma de regência cruel de suas épocas. Consoante afirmação de Locke, todo homem nasce em berço de direito natural à vida e à liberdade, devendo estes ser assegurados pelo Governo de forma irrevogável. Entretanto, em um país onde a religiosidade faz-se presente e aguda e parte de seu povo pode ser caracterizada como reacionária, faz-se necessário analisar tal proposição supracitada na sociedade brasileira atual quanto à identidade de gênero, bem como as pessoas trans são tratadas por aqui.    Embora o Brasil possua leis de proteção à vida e a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, trabalhe para que a identidade de gênero receba os devidos cuidados, um dado estarrecedor surge quando o assunto volta-se à eficiência da proteção dos seus: atualmente, o país é o lugar onde mais se matam transgêneros, no mundo todo, já que aqui a identidade de gênero ainda é questão pouco compreendida e divulgada pela mídia. Segundo a organização Transgender Europe, cerca de 700 mortes foram registradas oficialmente. Ademais, embasado na ignorância, na religião e no medo do desconhecido, o desrespeito à individualidade ainda atinge níveis exorbitantes, levando a esses homicídios.   Além disso, rastilhos machistas e preconceituosos, concomitantemente ao uso de jargões depreciativos, se tornam culturais ao decorrer do tempo, tornando-se, então, fatos sociais exteriores, acontecendo deliberadamente e se tornado parte do organismo social quando não tratados da maneira correta. Logo, é possível verificar tal pensamento ao avaliar-se o processo que, forçosamente, usurpa o direito de ser e estar e lança mulheres trans à prostituição, uma vez que, a ideia de “travesti” é, automaticamente, associada a esse tipo de trabalho, segundo pesquisa realizada pelo jornal Carta Capital.    Portanto, ao lembrar-se da afirmação de Locke de que a procura da felicidade é fundamento da liberdade, é impreterível que o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, crie projetos escolares acerca da identidade de gênero e como ela ocorre, também facilitando a mudança do nome social nos documentos de chamada. Além disso, com a ajuda de exemplos vivos que pudessem expor seus pensamentos e histórias de vida, bem como palestras de psiquiatras que dessem um parecer médico, todos compreenderiam que uma pessoa transgênera é tão igual e capaz quanto uma cisgênera, tornando possível uma compreensão e união que freassem preconceitos, tornando o futuro mais seguro para todos.