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Enviada em: 05/09/2017

Rosana Hermann, escritora e apresentadora, certa vez disse que um mundo de igualdade não é feito de pessoas iguais, mas de pessoas com direitos iguais para serem diferentes. Infelizmente, no Brasil, a pluralidade de gêneros e a orientação sexual ainda são questões delicadas que trazem sofrimento e tristeza a muitos cidadãos. A discriminação enraizada em nossa sociedade e a falta de políticas públicas nesta área, corroboram para casos crescentes de violência contra a comunidade LGBT.       Antes de tudo, é preciso considerar que, segundo dados de uma pesquisa recente, divulgada pelo Ministério da Educação, 20% dos alunos entrevistados disseram que não gostariam de ter um colega de classe homossexual ou transexual. Números desta natureza, revelam as raízes do preconceito na sociedade brasileira. Uma vez que a herança cultural herdada dos povos ocidentais que chegou até aqui, reforça e legitima a ideia de que só é permitido ser homem ou mulher e heterossexual. Desta forma, ignoram a complexidade psicológica de cada indivíduo e violam o seu direito de exercer sua sexualidade ou a ausência dela de forma plena e livre.       Sob esse conjectura, o Brasil alcança números expressivos e alarmantes no que diz respeito a violência contra LGBT's. Segundo dados da organização Grupo Gay da Bahia, um destes é morto a cada 27 horas no país. Apesar de termos avançado na legislação em favor desta minoria, a falta de medidas práticas nestas situações afeta diretamente a qualidade de vida e segurança destas pessoas. É necessário não só garantir os direitos de todos, mas também de legitima-los na prática.          Diante do exposto, fica claro que o tópico da diversidade de gêneros no Brasil necessita de mais atenção por parte do corpo social e poder público. As escolas podem trabalhar juntamente com as famílias, para incentivar as crianças a respeitarem a sexualidade alheia, através de brincadeiras lúdicas e ilustrações simples como teatros, material impresso ou audiovisual. Além disso, deve-se trabalhar com as igrejas também, para que estas não incentivem a discriminação e o discurso de ódio contra pessoas não heterossexuais, pelo contrário, que abracem e acolham estas pessoas. No campo legislatório, a PL 122 deve avançar o quanto antes, para que sejam punidos crimes homofóbicos de maneira específica. Cada município também poderia criar uma delegacia especializada para o atendimento a estas pessoas, semelhante a delegacia da mulher, para que possa ser dado tratamento psicológico e amparo as vítimas de crimes dessa natureza. Garantir a liberdade de todos, é fundamental para avançarmos na construção de uma sociedade mais plural em que o respeito seja a palavra de ordem. Somente assim, a frase de Rosana Hermann terá sentindo real em terras tupiniquins.