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Enviada em: 20/10/2017

"Ninguém nasce mulher, torna-se mulher". Essa frase elaborada por Simone de Beauvoir em meados do século XX é criticada em nossa sociedade, majoritariamente conservadora, até os dias de hoje. Porém, a grande questão por trás da afirmação da filósofa é a respeito de ninguém nascer com a identidade de gênero identificada, cada um nasce apenas com o sexo biológico definido, mas isso não quer dizer que o sexo biológico coincidirá com o gênero que futuramente virá a ser identificado. Assim, existe, no mundo contemporâneo, uma grande diversidade de gênero, porém, ainda há um grande preconceito da sociedade, para aqueles que são vistos como diferentes, que necessita ser erradicado.             Primeiramente, verifica-se que toda padronização que é expressa atualmente é consequência direta do eurocentrismo dos séculos passados. Com as constantes tentativas de impôr sua cultura ao redor do mundo, o padrão do homem branco heterossexual foi difundido e, em muitos lugares, ainda é o unicamente aceitável. Mas, essa estereotipagem é apenas um resultado de uma construção do fato social, que segundo Émile Durkheim é um poder coercitivo imposto aos indivíduos, definindo sua forma de agir e pensar. Assim, nesse caso, é imposto por maior parte da sociedade que há uma necessidade de identificar-se com o seu próprio sexo biológico, garantindo um indivíduo cis, excluindo, então, os indivíduos trans, que vem a ser as pessoas que o sexo biológico difere do gênero identificado.             Além disso, é possível deparar-se com a questão de que homofobia e transfobia não são crimes no Brasil e, por isso esse é o país que mais mata a população LGBT no mundo. Isso se deve ao fato de que há uma grande resistência da sociedade e da democracia vigente com relação à discutir questões de gênero. Em princípio, há uma necessidade de compreensão por parte da população, entendendo que ser homossexual, bissexual ou transsexual não é decorrente de uma opção. Em seguida, é preciso combater as situações de preconceito e garantir urgência na conscientização de que essas pessoas nada mais são do que seres humanos e, como garantido na Declaração dos Direitos Humanos, devem ter seus direitos respeitados.                                                                                                                         Logo, não há como negar que é imprescindível discutir as questões de gênero no país. Em primeiro lugar, o Estado deve se posicionar com relação à elaboração de leis que assegurem a criminalização dos atos que atentem contra os direitos da população LGBT, a fim de gerar uma queda na desigualdade, garantindo menores números na taxa de violência, tanto verbal, quanto física. Além disso, não se pode descartar o papel da família e da escola com relação à instrução, por meio de conversas, atividades extracurriculares e, principalmente, aulas de sociologia, garantindo discussões sobre o assunto desde a infância, de que o que é considerado diferente, pela sociedade, é normal.