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Enviada em: 14/10/2017

“Ser ou não ser”               “Ser ou não ser, eis a questão”, a célebre frase dita por Hamlet se alicerça em um profundo debate filosófico. Porém, ela exorta o interior em detrimento do exterior. Assim, como a diversidade de gênero no Brasil deve ser debatida priorizando o cerne da pessoa, independente de como ela se identifica. Diante disso, o Estado demora em assistir a essa pauta, enquanto parte da sociedade conservadora se atém a conceitos religiosos para criticar o multigênero.              A priori, a questão de como a pessoa se identifica ganhou força nos países desenvolvidos. Recentemente, a cidade de Nova Iorque reconheceu a existência de trinta e um gêneros diferentes. Entretanto, o Brasil estagnou em dois e ainda tenta subverter aquele que se intitula diferente. Como no caso dos inúmeros processos judiciais para mudança de nome e na dificuldade do acesso cirúrgico de mudança de sexo no país. Por conseguinte, o preconceito ainda impera em solo brasileiro.                  Nesse mesmo viés, é o embargo social que os transgêneros sofrem. Esse, que se apresenta em várias situações cotidianas, desde o preconceito do uso de vestimentas a comportamentos pessoais. Não obstante, o poder Estatal carece de medidas que viabilizem a proteção dessa comunidade marginalizada, em suma, os crimes que tem travestis como vítimas são corriqueiros. Somado a isso, a ala conservadora da sociedade tenta proibir que seja ensinado para as crianças a questão do multigênero.             Desse modo, a filosofa Simone Beauvoir disse que ninguém nasce mulher, torna-se, e a condição de identidade deve ser adquirida e não imposta. Por isso, as mídias televisivas podem, com o aporte do erário, explorar a diversidade sexual pelos programas de “talk-show” a fim de elucidar a população. Dessa forma, o Estado deve punir quem cometer atitudes discriminatórias contra as minorias, por meio de prisões e pagamentos de indenizações custeadas pelo infrator a vitima. Além disso, o poder Estatal deve realizar a reforma de base e aplicar a educação sexual nas escolas públicas. Ademais, a sociedade necessita desconstruir a ideia de macho-fêmea para integrar os estamentos sociais através de palestras e passeatas em defesa da variedade de gênero, bem como cobrar o poder Central para a realização das medidas. Por fim, a diversidade do gênero necessita ser defendida para que o indivíduo possa realizar suas escolhas sem medo de represálias sociais, buscando uma resposta para o “ser ou não ser”.