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Enviada em: 30/10/2017

Segundo documento da ONU quem se identifica com o gênero designado no nascimento é cisgênero, ou seja, a identidade da pessoa está de acordo com as características físicas. No entanto, há uma extensa variedade de identidades, permitindo a possibilidade de existência às pessoas que não se identificam com o sexo biológico como, por exemplo, os trânsgeneros. Desse modo, atualmente, observa-se uma discriminação sofrida por essa minoria social no Brasil, posto que a falta de informação sobre o tema e o preconceito na nação são fatores que dificultam a resolução dessa problemática.       Em primeiro lugar, vale ressaltar que a resistência da população em debater questões ligadas a diversidade de gênero é uma problemática que impulsiona a discriminação e a intolerância na nação. Isso ocorre, visto que as múltiplas escolhas de gênero são ainda uma concepção cheia de tabus e preconceitos. Nesse contexto, no âmbito escolar a discriminação manifesta-se na falta de debates que esclareçam essa temática aos jovens, enquanto na esfera política é expressa na baixa representatividade da comunidade LGBTI. Em consequência disso, a ausência de compreensão da diversidade de gênero traz uma série de problemas e a criação de sentimentos negativos ou atitudes como a exclusão, culpa e vergonha. Dessa maneira, observa-se que no mundo atual onde as pessoas se expressam de forma tão diversa e plural, o respeito à singularidade e a tolerância de cada indivíduo torna-se um fator de extrema importância.       Em segundo lugar, é fundamental pontuar que quando a filosofa francesa Simone de Beauvoir afirma "Ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher", expressa que o gênero de uma pessoa é uma construção social e cultural e não determinada previamente no momento do nascimento. Contudo, uma parcela da sociedade ainda acredita que a escolha do gênero é dado por uma determinação biológica, gerando preconceitos com os indivíduos que não se identificam com suas características físicas. Consequentemente, a intolerância é perceptível no cotidiano em forma de bullying, abuso sexual, negação à saúde e até lesões corporais. Para ilustrar, é válido apontar que o ano de 2016 foi marcado pela extrema violência contra essa minoria, atingindo o número de 343 mortes, segundo o Grupo Gay Bahia.       Tornam-se evidentes, portanto, os fatores que contribuem para o atual cenário negativo do país. As escolas em parceria com a família, devem conscientizar, mediante conversas e debates, sobre as diversas formas de gênero existentes na sociedade, mostrando a importância do respeito ao diferente, com finalidade de crescerem indivíduos informados e sem preconceitos, apoiando as questões sociais da minoria oprimida e diminuindo os casos de agressões físicas.