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Enviada em: 28/10/2017

É incontrovertível que o indivíduo pode se identificar não apenas como homem ou mulher, mas sim da maneira da qual melhor lhe representa. No entanto, manutenções ideológicas de processos históricos, somadas a ações e omissões sociais no que tange à diversidade de gêneros, favorecem o cenário de preconceito e ignorância.   A sexualidade é inerente à natureza e se molda sob a influência de aspectos naturais e culturais. Tal afirmação, é um consenso entre geneticistas, psicólogos, antropólogos e outros estudiosos. Ao  respeitar o ser humano,  infere-se,  portanto, que seus afetos e desejos também sejam respeitados. Sob essa ótica, evidencia-se que a militância LGBT ganhou maior visibilidade nos debates  no âmbito nacional e internacional, nas recentes decisões da ONU no posicionamento contra a homofobia, e no Supremo Tribunal Federal, que reconheceu a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Desse modo, essas conquistas fortalecem a importância do respeito e reconhecimento da sexualidade e suas variantes.   Em contrapartida, no Brasil e em muitos outros países, a heteronormatividade e o conservadorismo familiar impede que essa minoria possa exercer livremente a sua cidadania e viver em segurança. Isso porque, os resultados desse preconceito são de ignorância e desrespeito em diversas situações virtuais e reais, refletidas em bullying, exclusão e violência. Nesse sentido, de acordo com os dados do Grupo Gay da Bahia, indicam que, em 2015, foram registrados 318 assassinatos de gays, travestis e lésbicas, vítimas de agressões físicas. Diante isso, os casos supracitados podem ser considerados casos extremos de intolerância, quando o ódio se converte em homicídio.   Parafraseando Simone de Beauvoir, os padrões de gêneros não são biológicos, mas sociais. Nessa perspectiva, é mister que peças publicitárias em favor da diversidade de gênero e da tolerância sejam veiculadas pelo poder midiático, objetivando a conscientização dos seus públicos. Também é imprescindível que agressões de gays, bissexuais, travestis e transsexuais sejam veemente reprimidas pelo Poder Judiciário com penas mais severas, na supervisão em âmbitos escolares e universitários por parte dos docentes, e pelos policiais na prontidão exemplar no atendimento de casos denunciados, a fim de desconstruir a impunidade. Assim, a problemática ideológica poderá ser removida na prática.