Exibida em 2017, a novela "A força do querer" retratou a trajetória de Ivana- personagem que superou as barreiras do preconceito e assumiu sua transexualidade. Fora do meio midiático, a questão da diversidade de gênero é uma realidade no Brasil e deve ser amplamente discutida, de modo a eliminar tabus e preconceitos acerca da temática. Em primeiro plano, vale destacar que a diversidade sexual diverge dos conceitos de orientação sexual e sexo biológico. Sendo assim, é uma construção social que compreende tudo aquilo que contraria os padrões estabelecidos. A identidade sexual é influenciada, principalmente, por fatores psicológicos que determinam o gênero- ou ausência dele- com que o indivíduo se identifica. No Brasil, a falta de aceitação dessa realidade o torna um dos países mais intolerantes do mundo. Paralelo a isso, sob a perspectiva do filósofo Denis Diderot, a ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito. Logo, o preconceito, movido pela ignorância, distorce a luta pela diversidade de gênero. Consequentemente, a falta de apoio e a incompreensão social e familiar é um dos fatores que agravam o já difícil drama enfrentado por indivíduos que se identificam com um gênero diferente de seu sexo biológico. Tendo em vista que o Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de transexuais, os mesmos correm o risco constante de serem vítimas de violência,além de não contarem com uma legislação adequada que os proteja. Fica evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a inclusão social no âmbito de diversidade de gênero no Brasil. Desse modo, o Estado deve, por meio de órgãos competentes, assegurar os direitos políticos, civis e sociais de todos os cidadãos. Além disso, cabe às empresas garantirem um espaço laboral livre de intolerância, ao contratar funcionários pela sua qualificação. Por fim, é dever da sociedade entender e respeitar as alteridades de cada indivíduo, independente do gênero em que se identificam. Só assim, teremos um país igualitário e livre de preconceitos.