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Enviada em: 26/04/2018

De acordo com o pensamento Marxiano, há, em todas as facetas de uma sociedade, ligação com seu processo de produção. Diante desse contexto, o Brasil torna-se vítima e opressor do tráfico humano e suas atividades, sendo um país com sistema capitalista desumano e intrinsecamente associado a falhas no âmbito informativo e de segurança.   Desde o século XVI, o tráfico de pessoas fora lucrativo aos portugueses, hodiernamente, ainda se mantém como uma das atividades que mais gera dinheiro, movimentando bilhões de dólares ao redor do mundo. De forma análoga, suas vítimas sofrem violências de cunhos distintos, entre as principais estão a prostituição, serviços domésticos, remoção de órgãos e trabalho escravo. Mediante a isso, pode-se associar, por exemplo, a ineficiente saúde pública brasileira como um dos impulsionadores no que diz respeito ao tráfico de órgãos, em decorrência das longas filas de espera. Evidencia-se, assim, o caráter mercantil e a subjugação de classes sociais de baixa renda, que, por muitas vezes, na tentativa de buscar melhor qualidade de vida, acabam se tornando alvos mais fáceis de serem ludibriados.   Ademais, uma expressiva parcela dos indivíduos que passam por esse tipo de exploração é “recrutada” em redes sociais, o que demonstra fragilidade na segurança dessas plataformas e carência informativa que a população tem quanto ao tráfico humano. Outrossim, há pessoas que são vítimas conscientes dessa atividade e do mal que é causado por ela, mas aceitam-na da mesma forma, observando-se, então, a origem econômica proposta por Marx, onde a engrenagem do capitalismo gera disparidades e corrupção moral.  Diante desse cenário fragilizado, urge, portanto a imprescindibilidade no combate ao tráfico. A Polícia Federal deve aumentar a fiscalização das fronteiras no país, por meio de exigência de documentos comprobatórios, principalmente nas regiões onde há mais concentrações de rotas, diminuindo o fluxo de pessoas traficadas. Além disso, é imperioso tornar o crime passivo de maior punição, como ser inafiançável, evitando sua continuidade. Por fim, os meios midiáticos, bem como as redes sociais, em parceria com a União, devem divulgar peças publicitárias com caráter informativo e de incentivo a denúncias, a fim de que a população saiba da nocividade desses crimes e possam ajudar a combate-los. Aumentam assim as chances de se alcançar uma cidadania pragmática e realmente legítima e plural.