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Enviada em: 26/04/2018

Muitas obras cinematográficas têm trazido a público a discussão sobre o tráfico de pessoas, tema também abordado em videoclipes, documentários e pela literatura. Um exemplo é o filme “Anjos do Sol“, em que se retrata a infeliz situação de crianças e adolescentes vendidas por suas famílias, para tornarem-se objetos sexuais em prostíbulos no interior brasileiro. Saindo do cinema e trazendo para o contexto “real”, cada vez mais tem-se um aumento no índice de pessoas vítimas do tráfico humano. Dessa forma, é necessário entender os motivos que levam a essa fragilidade na sociedade brasileira, que acarreta no “comércio” humano.       Analisa-se, de início, que os principais fatores de vulnerabilidade que possibilitam a ambiência para que o tráfico de pessoas possa se perdurar residem não apenas em questões econômicas e sociais, mas também em assuntos pessoais. Dentre tais fatores, pode-se citar o desejo de vivenciar outras culturas, o desejo de melhores condições de vida, ou até mesmo a necessidade de sair de uma condição de violação de direitos. Dessa maneira, o tráfico se utiliza daquilo que é o bem mais valioso do ser humano – seu sonho, de buscar mais, de ir mais longe. Ou seja,o tráfico de pessoas perpassa diretamente nos lugares onde os sonhos ainda são negados, onde sobram poucas ou nenhuma alternativa, com uma promessa de que tudo ocorrerá bem.     Pontua-se, ainda, que a persistência do tráfico humano evidencia o esgotamento das possibilidades civilizatórias do capitalismo. A pobreza gera o tráfico humano, e o capitalismo é incapaz de resolvê-la, porquanto faz dela a matéria-prima para manter o tráfico de pessoas, uma vez que o perfil dos segmentos traficados para fins de exploração laboral, sexual e outros é de baixo nível de escolaridade, desempregados e empobrecidos economicamente. Trata-se de uma violência, baseada na venda do outro, na sua degradação humana em proveito do lucro. É, pois, um crime contra a dignidade humana, que vitimiza as pessoas sem poder econômico e com baixa escolaridade, transformando gente em mercadoria.Construindo, assim, uma forma “moderna” de escravidão.     Compreende-se, portanto, que a caminhada para o combate a tal problemática ainda é grande. Assim, urge que o Governo Federal como prevenção, garanta os direitos dos trabalhadores imigrantes, bem como o auxílio ao processo de imigração, para que ocorra de forma segura. E mais para que a prática do tráfico de seres humanos seja evitada, os estados devem proporcionar melhores condições de trabalho e vida digna às potenciais vítimas, contribuindo para a diminuição da vulnerabilidade. Outro fator coadjuvante é que em escolas se tenha campanhas e palestras, que gerem reflexão acerca do tema, a fim de se gerar uma sociedade mais segura e com uma legítima consciência dos impasses.