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Enviada em: 29/04/2018

A Constituição Federal de 1988-principal arcabouço jurídico brasileiro- ratifica a inviolabilidade da dignidade humana. Tal norma não encontra efetivação na sociedade hodierna, a julgar pelo crescente aumento no tráfico de pessoas, revelando um cenário desafiador a ser enfrentado. Nesse sentido, é válido analisar como a insipiente política de prevenção e a difusão das redes sociais contribuem para o avanço dessa problemática.       Decerto, a indiligência governamental no tocante à implementação de medidas preventivas reforça o avanço do tráfico humano. Isso ocorre porque, embora a promulgação, em 2016, de uma legislação específica para combater tal prática representar um progresso, a sua aplicabilidade não é garantida. Esse cenário é causado pela insuficiência de recursos financeiros, bem como pela pouca divulgação desses crimes, de acordo com a Secretaria de Direitos Humanos. Desse modo, enquanto a negligência estatal persistir a cidadania estará fragilizada.       De outra parte, o sociólogo polonês Zygmund Bauman teorizava na obra "Medo Líquido" que  diversos temores aflige a sociedade pós-moderna, entre eles a preocupação com a segurança. Sob essa lógica, a partir da popularização das redes sociais tal sentimento torna-se mais evidente, já que essas ferramentas podem ser utilizadas como importante veículo de aliciamento das possíveis vítimas, por parte de organizações que promovem o tráfico de pessoas. Sendo assim, é fundamental uma parceria público- privada nas mídias digitais para coibir esses crimes.       Fica evidente, portanto, a necessidade de assegurar a proteção à dignidade do cidadão, conforme é previsto na Carta Magna. Para isso, o Ministério da Justiça deve; em parceria com empresas, como o Facebook, adotar políticas de prevenção e o combate ao tráfico humano, por meio da divulgação periódica de alertas sobre essa prática criminosa e a divulgação do "disk denúncia",além de divulgar essas campanhas na televisão aberta, no horário nobre, para atingir um maior público.Almeja-se, com isso, esclarecer a população, objetivando mitigar esse problema.