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Enviada em: 30/04/2018

Em 2012, a novela “Salve Jorge”, produzida pela Rede Globo, abordou sobre o tráfico internacional de mulheres para a exploração sexual, na trama Morena recebe uma falsa proposta de emprego na Turquia e acaba sendo obrigada a se prostituir para continuar viva. Casos como a da personagem não se restringem à ficção, mas fazem parte de uma triste realidade, fruto da negligencia no combate ao comércio de pessoas tanto no quesito prevenção quanto na disponibilidade de informação sobre o assunto.    Primordialmente, uma das causas do tráfico humano é a globalização. Visto que, com a “quebra” das fronteiras mundiais, através da internet, os criminosos encontraram um ambiente propício para persuadir as vítimas utilizando-se, na maioria das vezes, da vulnerabilidade social em que muitas se encontram, como a falta de emprego e o desejo de mudar de vida. Ademais, é também nesse meio que os traficantes localizam possíveis compradores estrangeiros, que veem nas mulheres brasileiras um fetiche sexual e mão de obra escrava, mostrando, dessa forma, que essa atividade ilegal consiste em uma mercado lucrativo, como aponta a Organização das Nações Unidas (ONU), movimentado mais de 32 bilhões de dólares por ano e que projetos de prevenção contra o aliciamento se fazem necessário para tentar coibir as ações das quadrilhas.    Por outro lado, a falta de informação é um empecilho para que o tráfico de pessoas seja combatido. Tendo em vista que, pouco se é divulgado sobre os tipos de exploração e como é feito a abordagem da vítima, seja em propagandas publicitárias seja na escola, contrariando, dessa maneira, o pensamento do filósofo Immanuel Kant que diz que o ser humano é o que a educação faz dele. Além disso, por ser um crime que possui características diversas nas diferentes partes do Brasil e de difícil solução muitos dos dados são incoerentes e pouco claros dificultado, muitas vezes, a formulação de intervenção por parte dos órgãos públicos de forma direcionada.    É fundamental o combate ao tráfico de pessoa. Portanto, para que haja mudanças as Escolas devem orientar seus alunos sobre os perigos das propostas de emprego que prometem retornos financeiros quase imediatos, por meio de palestras com vítimas da exploração, seminários e peças teatrais que retratem os dramas daqueles que foram enganados, com a finalidade de informar e evitar que mais indivíduos sejam feitos reféns, para que a longo prazo esse tipo de crime torne-se menos frequentes. Outrossim, a Polícia Federal poderia investigar e interceptar as rotas de tráficos no país, por meio de uma fiscalização mais rigorosa nas fronteiras com a utilização de drones e aparatos tecnológicos, a fim de prender os criminosos. Para que assim, menos Morenas sejam enganadas por falsas promessas.